Título: Brasil tem 13 empresas em ranking emergente
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Fonte: O Globo, 06/12/2007, Economia, p. 36

Segundo consultoria, Petrobras, Vale e Gerdau, entre outras, já ameaçam líderes globais. Lista inclui 14 países.

NOVA DÉLHI e RIO. O Brasil emplacou 13 empresas na lista das cem companhias mais competitivas oriundas de países emergentes, elaborada pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG). Com isso, o Brasil só perde no ranking para China, com 41 empresas, e Índia, com 20. As demais vêm de outras 11 economias emergentes, como Rússia, México e Chile. Essas companhias, segundo a BCG, estão se globalizando tão rapidamente que já representam uma ameaça às líderes globais.

As brasileiras da lista - que não atribui classificação às empresas - são Braskem, Vale, Petrobras, Votorantim, Embraer, Gerdau, Marcopolo, Coteminas, Natura, JBS-Friboi, Perdigão, Sadia e Weg. JBS-Friboi e Marcopolo aparecem na lista pela primeira vez.

Juntas, as cem empresas têm receita de US$1,2 trilhão. Segundo o relatório, esse grupo deve somar US$3,3 trilhões de faturamento em 2010 e US$11,8 trilhões em 2015. A BCG ressalta ainda que, paralelamente, outras empresas de países emergentes vão crescer e iniciar seu processo de globalização.

Bancos lideram ranking de marcas brasileiras

Os critérios de seleção incluem ritmo de crescimento, processo de internacionalização e impacto na indústria global. Mais de três mil companhias foram analisadas. O relatório, chamado "Os cem novos desafiantes globais: como grandes empresas de economias emergentes estão mudando o mundo", foi divulgado segunda-feira. O ranking, em sua segunda edição, inclui 17 novas empresas este ano.

"Os líderes da indústria precisam entender esses novos rivais e agir rapidamente", afirmou, no relatório, David Michael, sócio da BCG e co-autor da pesquisa. Para Michael, as empresas que não compreenderem o potencial dos rivais podem acabar sendo compradas por eles.

Vale, Petrobras, Natura e Gerdau estão também em outro ranking: o das marcas mais valiosas do Brasil, divulgado ontem pela consultoria Interbrand. A lista é liderada pelos bancos Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, nessa ordem, repetindo a posição da avaliação anterior.

O ranking tem como base o balanço financeiro das empresas de dezembro de 2006 e faz projeções futuras sobre o valor das marcas a partir do cenário econômico do país, o lucro das companhias e as estratégias de crescimento e relacionamento com o consumidor.

Interbrand: acidente com Airbus não afetou TAM

Segundo Alexandre Zogbi, diretor de Avaliação de Marcas da Interbrand, os bancos continuam ocupando posições de destaque graças, principalmente, a resultados financeiros expressivos. O Unibanco passou do 9º para o 5º lugar.

Este ano, entraram no ranking empresas de mineração e siderurgia. Vale, Gerdau e Usiminas ocupam, respectivamente, a 7ª, a 9ª e a 10ª posições. A Petrobras, graças a sua internacionalização, à auto-suficiência em petróleo e ao preço do barril no mercado internacional, passou do 6º para o 4º lugar.

- Assim como a Vale, Gerdau e Usiminas tiveram a matéria-prima com alta de preço. A Gerdau também investiu em aquisições no exterior, ajudando a projetar a marca - diz Zogbi.

A TAM subiu da 10ª para a 8ª posição e tirou a Gol do ranking. Segundo Zogbi, o acidente com o Airbus este ano não afetou a TAM. A Natura caiu do 4º para o 6º lugar, mas Zogbi disse não ter havido recuo no valor da marca. Ele afirmou ainda que as marcas brasileiras estão longe do desempenho daquelas consideradas mundiais. (Erica Ribeiro, com agências internacionais)