Título: Denúncias arquivadas
Autor: Rocha, Marcelo
Fonte: Correio Braziliense, 20/04/2009, Política, p. 4

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) desempenha a função de corregedor há 14 anos, desde a criação do órgão responsável por apurar eventuais deslizes éticos dos parlamentares. Apelidado de ¿xerife¿, tem fama de bom investigador por ter atuado como delegado e ex-diretor da Polícia Federal. No Senado, porém, as promessas de apuração têm saldo negativo. Ele reivindica, por exemplo, feitos como a cassação de Luiz Estevão, em 2000, e a renúncia de Jader Barbalho (PMDB-PA), em 2001.

Mas a história não é bem essa. No primeiro caso, Tuma apenas analisou, na Comissão de Constituição e Justiça, o mérito constitucional de parecer do senador Jefferson Péres (PDT-AM), já falecido, favorável à perda do mandato de Estevão. Em relação a Jader, Tuma, também com Péres, fez o relatório que autorizava a abertura de processo contra o peemedebista. Jader renunciou.

Em 2008, o corregedor arquivou, sem ouvir qualquer testemunha, denúncia contra o então primeiro-secretário da Casa, Efraim Morais (DEM-PB), e sobre licitações no Senado. No ano anterior, anunciou para a imprensa que apuraria as suspeitas de corrupção contra o recém-empossado Gim Argello (PTB-DF), que assumiu a vaga de Joaquim Roriz (PMDB-DF). Dias depois, enterrou o caso. Em 2007, fez alvoroço em torno das denúncias contra Renan Calheiros (PMDB-AL), então presidente do Senado. Abriu investigações, mas jamais as concluiu. Alegou que o Conselho de Ética assumiu a tarefa. (MR)