Título: Mangabeira se afasta para tratar da saúde
Autor: Vasconcelos, Adriana; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 07/12/2007, O País, p. 10

Ele ficará fora por quase um mês.

BRASÍLIA. Está difícil deslanchar o Ministério extraordinário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Depois dos percalços da nomeação do ministro Roberto Mangabeira Unger, e até da extinção de sua pasta pelo Senado, ele será novamente afastado do cargo por quase um mês, de 9 de dezembro a 5 de janeiro, desta vez para tratamento de saúde. O afastamento foi publicado na edição de ontem do Diário Oficial da União, que não dá detalhes sobre o tratamento e sequer cita o nome de Mangabeira, apenas o cargo ocupado por ele.

No lugar de Mangabeira, ficará o chefe executivo do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), Marcelo Behar. A assessoria de imprensa não informou qual tratamento ele fará, nem se o fará no Brasil ou no exterior. A família do ministro mora nos Estados Unidos.

Mangabeira tomou posse em 19 de junho na Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, depois de uma controversa indicação do vice-presidente José Alencar. O filósofo e professor de Harvard havia sido duro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, acusando seu governo de ser o "mais corrupto da história". Lula só assentiu em nomeá-lo em consideração a Alencar, que nunca lhe havia pedido nada.

A nomeação, no entanto, acabou rendendo outra dor de cabeça para Lula. O Senado rejeitou a medida provisória que criava a secretaria do filósofo, o que obrigou o governo a procurar outra saída. O jeito foi criar um ministério extraordinário.

A função da pasta de Mangabeira é pensar um plano para o Brasil em 2022, quando se completarão 200 anos da Independência. Atualmente, ele estava envolvido, junto com o ministro Nelson Jobim, na discussão e elaboração do plano estratégico de defesa nacional.