Título: Polêmica na comunicação do GDF
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 20/04/2009, Política, p. 7

Investimentos com saúde, segurança e educação foram de mais de R$ 70 milhões até março. Secretários apontam manipulação de dados por parte de adversários para prejudicar a atual administração local Ricardo Penna: gastos totais nas áreas prioritárias chegaram a R$ 2,5 bilhões nos primeiros três meses do ano Representantes do Executivo creditam a uma guerra política a divulgação de dados sobre gastos do Governo do Distrito Federal e refutam as informações da oposição, de que as despesas com publicidade nos primeiros meses deste ano superaram os investimentos com projetos prioritários. O secretário de Planejamento e Gestão, Ricardo Penna, afirma que o GDF aplicou R$ 12.075.551 com a propaganda institucional até 31 de março de 2009, segundo dados disponíveis no Siggo, o Sistema de Informações dos Gastos Orçamentários no DF.

Nesse mesmo período, os gastos com saúde, segurança e educação chegaram a R$ 2,5 bilhões, considerando-se os recursos provenientes do Tesouro local e do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Levando-se em conta apenas a arrecadação própria, o governo gastou R$ 587 milhões com educação, R$ 260 milhões com saúde e R$ 102 milhões com segurança, ou seja R$ 949 milhões. Um levantamento da oposição apontou que o GDF gastou R$ 38 milhões com publicidade enquanto os investimentos em saúde, segurança e educação teriam sido de apenas R$ 18 milhões. ¿Esse dado é absolutamente equivocado. É uma comparação política, baseada em informações incorretas¿, diz Penna.

O secretário de Planejamento afirma que o investimento nessas três áreas, segundo o Siggo, é muito superior ao apresentado por deputados da oposição. De acordo com Penna, o GDF destinou R$ 32 milhões para educação, R$ 14 milhões para a saúde e R$ 12 milhões para a segurança pública. Ele explicou que ainda é necessário considerar que algumas obras não entraram nessa conta. É o caso, por exemplo, de R$ 13,9 milhões destinados à construção de postos policiais, sob a responsabilidade da Secretaria de Obras. ¿Além disso, os gastos com educação, saúde e segurança são considerados investimentos. Dessa forma, o custeio também tem de ser levado em conta¿, analisa o secretário de Planejamento.

O chefe da Agência de Comunicação Social do DF, Weligton Moraes, afirma que a propaganda no primeiro trimestre deste ano foi focada principalmente nas campanhas de esclarecimento à população sobre a cobrança de IPTU, IPVA, prevenção contra dengue e sobre festas como o carnaval e o aniversário de 49 anos de Brasília. Ele diz que o governo atual tem aplicado menos recursos com publicidade do que a gestão anterior. Nos dois primeiros anos, empresas públicas, como o Banco de Brasília (BRB), a Caesb, a CEB e a Terracap estavam sem condições de fazer propaganda porque o governo estava licitando as agências de publicidade que as atenderiam.

Para Weligton, os responsáveis pela distribuição do que ele chama de ¿dados falsos¿ têm interesse em prejudicar a atual gestão. Ele insinua que são integrantes do governo anterior em parceria com parlamentares petistas. Sem citar nomes, ele afirma que ¿deputados da oposição¿ estão sendo utilizados como ¿barriga de aluguel¿ para divulgar informações contra o GDF. ¿Quem está passando os dados manipulados para a bancada de oposição conhece bem a estrutura do governo, já fez isso no passado e sabe bem como falsear essas informações¿, ataca.