Título: Erro ao falar de números da gestão FH
Autor: Taves, Rodrigo França
Fonte: O Globo, 08/12/2007, O País, p. 10

Lula se equivoca ao citar dados de criação de empregos no governo tucano.

MACAPÁ. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu um equívoco ontem ao fazer uma comparação do número de empregos criados este ano no país com os postos de trabalho abertos na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em discurso na Fortaleza de São José, em Macapá, o presidente disse que só este ano, até 30 de outubro, seu governo já gerou mais empregos que toda a gestão tucana em oito anos. Logo em seguida, assessores disseram aos jornalistas que Lula cometera um engano, pois a comparação é apenas dos dez primeiros meses de 2007 com o segundo mandato de Fernando Henrique, de 1999 a 2002.

- Só até outubro foi 1,8 milhão de empregos com carteira profissional assinada neste país. A nossa economia está vivendo um momento importante, mas precisamos tomar cuidado para não permitir o que já aconteceu tantas outras vezes no Brasil, em que de dia tinha só notícia boa e, à noite, vinha notícia ruim jogando nossa expectativa para baixo.

No mesmo discurso, Lula ainda se referiu mais uma vez ao ex-presidente, em tom irônico. Foi quando contou à platéia que se encontrará com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, em fevereiro de 2008, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, para dar início à construção de uma ponte sobre o rio que divide os dois países. Lula disse que Sarkozy deveria ter vindo à região em dezembro, mas teve problemas de agenda. E lembrou que Fernando Henrique teve um encontro na mesma região com o ex-presidente da França Jacques Chirac.

- Sarkozy está vindo lá para fazer uma ponte. O Chirac veio com o meu antecessor e não aconteceu nada.

Num discurso elogioso à situação da economia, Lula falou dos ganhos salariais:

- Fiz muitas greves e nunca consegui conquistar aumento real de salário. Quando eu voltava a trabalhar ganhando um pouco da inflação já estava satisfeito, porque depois de 30 dias de greve as empresas começavam a demitir por abandono de emprego. Nos últimos quatro anos, 86% dos reajustes são aumentos reais, acima da inflação. Só este ano, já geramos mais empregos que todo o governo passado em oito anos.