Título: Malha aérea especial para férias adiada de novo
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 08/12/2007, O País, p. 22

Jobim diz que companhias demoraram a apresentar propostas e sindicato afirma que a culpa é da Anac e do Decea.

BRASÍLIA. Prometida para o dia 15 deste mês, a implantação da malha aérea especial de verão foi adiada. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, revelou que o novo sistema de rotas de vôo, criado para tentar evitar crise nos aeroportos no fim do ano, só será liberado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) no dia 20, quase às vésperas do Natal. O ministro rebateu também as ameaças das companhias aéreas de repassar para o valor das passagens custos decorrentes do aumento das tarifas aeroportuárias em São Paulo e da indenização aos usuários por atrasos.

Em entrevista ao GLOBO, Jobim disse que somente as empresas ineficientes é que vão pagar multas. Ele afirmou que esse tipo de ameaça é comum, toda vez que há mudanças nas regras.

- Toda vez que você for mudar o status quo, surge sempre uma espécie de síndrome do pânico, que vai acontecer isso ou aquilo, uma espécie de ameaça. Vou pagar para ver - afirmou o ministro da Defesa.

- As empresas que são eficientes vão continuar com a mesma tarifa. As ineficientes é que vão ser sobretaxadas. Esse problema é resolvido com a concorrência do mercado. Aquelas que são eficientes não vão ter a necessidade de aumentar preços.

Jobim: empresas demoraram a apresentar as propostas

Além disso, frisou Jobim, há uma estrutura de serviço de defesa do consumidor no Ministério da Justiça e Procons para combater preços abusivos. O ministro afirmou também que a implantação da nova malha aérea foi adiada para o dia 20.

- A malha era esperada antes, mas como as companhias demoraram a apresentar as propostas, passou para o dia 20 - afirmou Jobim.

O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) contestou a declaração do ministro. Segundo a entidade, a culpa pelo adiamento é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Decea, que demoraram a analisar as propostas das empresas.

As novas regras deverão ser instituídas antes do Natal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que editará uma medida provisória. Já o aumento das tarifas de permanência dos aviões nos aeroportos paulistas só entrará em vigor em março, quando terminar a baixa temporada.