Título: Petrobras: US$750 milhões para Bolívia
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Fonte: O Globo, 10/12/2007, Economia, p. 16

Segundo Marco Aurélio Garcia, investimento aumentará produção de gás

LA PAZ. A Petrobras prevê investimentos de US$750 milhões na Bolívia. A informação foi divulgada ontem pelo assessor especial para Assuntos Internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, em entrevista ao jornal boliviano "La Razón". Segundo Garcia, a médio prazo, o investimento permitirá "um crescimento importante da produção de gás" no país vizinho. Na última sexta-feira, o assessor reuniu-se em La Paz com funcionários do governo boliviano para planejar a próxima visita do presidente Lula à Bolívia.

Lula chegará ao país no próximo domingo para um encontro com o presidente boliviano Evo Morales e com a chefe de Estado chilena, Michelle Bachelet. Na Bolívia, além de Morales, o presidente deverá encontrar-se com outros membros do governo.

O encontro, no qual serão anunciadas as obras de um corredor oceânico, estava previsto para a próxima quarta-feira, mas foi adiado a pedido de Lula. Os governos da Bolívia e do Brasil também deverão anunciar, dia 17 de janeiro, uma sociedade entre suas estatais petrolíferas, YPFB e Petrobras.

A Petrobras, maior companhia estrangeira na Bolívia, foi uma das petrolíferas mais afetadas pela decisão de Morales de nacionalizar o setor de petróleo e gás do país, em maio do ano passado. Desde então, a estatal brasileira só realiza investimentos necessários para manter suas atividades.

Na sexta-feira passada, o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, reconheceu que houve momentos de tensão com a Petrobras "como sempre existem em uma relação contratual", mas assegurou que "o importante é que isso jamais distanciou o Brasil e a Bolívia como governos".

Durante a vista à Bolívia, Lula deve apresentar um pacote com outras medidas, além da retomada dos investimentos da Petrobras no país. Da pauta deverão constar projetos de infra-estrutura e até a instalação de uma usina de biodiesel em solo boliviano. Esses acordos ainda estão em negociação, mas já foram discutidos por Lula e Morales na visita do presidente boliviano ao Brasil no início do ano.