Título: Governo está aberto a negociações
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 12/12/2007, O País, p. 3

BRASÍLIA. A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, defendeu ontem a decisão do presidente Lula de pedir ajuda ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), para aprovar a prorrogação da CPMF no Senado. Ela enfatizou que a questão da CPMF não deve ser partidarizada e fez uma lista das perdas financeiras que cada região do país sofrerá com o fim da cobrança.

Para a ministra, ao conversar com o governador do DEM, Lula deu uma demonstração de que o governo esteve e está aberto ao diálogo, "porque a CPMF não é uma questão governamental, mas de interesse do país".

- A CPMF é algo que não pode ser tratado como qualquer outro elemento da política. Nós consideramos algo muito relevante para o país, não para este governo, mas para todos os governadores - disse a ministra, acrescentando:

- O governo ficará aberto até o último momento a discussões e negociações porque julgamos que este é um compromisso com a nação, com o país, porque a CPMF vai para os mais pobres, o Bolsa Família, a saúde, a aposentadoria rural.

Segundo Dilma, se a contribuição não for renovada, o Sudeste perderá cerca de R$15 bilhões; o Nordeste, R$10 bilhões; o Sul, R$5 bilhões; e o Centro-Oeste e o Norte, cerca de R$2 bilhões anuais cada. O dinheiro da CPMF, disse, permite uma melhor administração dos problemas do país e fortalece a democracia:

- Essa questão de fazer com que o país cresça e simultaneamente distribua renda é estratégica também para a democracia, para que tenhamos cidadãos efetivos com acesso aos bens de consumo. Para nós, a questão da CPMF compõe o cerne de governar bem o país. Para nós e para os governadores. A Câmara já aprovou a prorrogação. Os senadores representam os estados, por isso apelamos para o bom senso político.

O vice-presidente José Alencar, que representou Lula em duas audiências ontem no Planalto, também defendeu a prorrogação. Alencar disse estar otimista quanto à aprovação da emenda no Senado por confiar na responsabilidade dos senadores com o Orçamento da União.