Título: Disputas em estados e municípios
Autor: Geralda, Doca
Fonte: O Globo, 12/12/2007, Economia, p. 27

Em diversos estados e municípios do país, os bancos disputaram, sobretudo nos anos 90, as folhas de pagamento dos servidores, oferecendo benefícios, como tarifas menores, patrocínios culturais e esportivos e até ajuda financeira para compra de computadores e construção de imóveis. Isso sem contar os milhões que as instituições privadas desembolsaram para comprar as folhas de pessoal em licitações.

Em 1995, por exemplo, o Itaú, que comprou o Banestado e controlava a folha e o recebimento de tributos do Paraná, perdeu a briga para uma aliança entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Não houve licitação, mas o BB prometeu investir no estado R$120 milhões por ano.

Já o Santander, que dividia com o BB a conta dos salários da prefeitura de São Paulo, perdeu o filão para o Itaú, que pagou R$510 milhões ao município para ficar com uma folha de 220 mil pessoas.

No Rio de Janeiro, a gestão múltipla da folha da prefeitura foi instituída em 1993, no primeiro mandato de Cesar Maia. Os 168 mil servidores do Rio, entre ativos e aposentados, puderam escolher entre dez bancos para receber seus pagamentos. Dividiram o controle do ativo de R$140 milhões mensais Itaú (que havia comprado o Banerj), Bradesco, BB, Santander, Banespa, Banrisul, ABN Amro, Unibanco, HSBC e Caixa Econômica.