Título: Emprego industrial cresce pelo 4º mês
Autor: Melo, Liana; Rodrigues, Luciana
Fonte: O Globo, 14/12/2007, Economia, p. 37

Indicador avançou 3,4% sobre outubro de 2006 e folha teve alta de 6,1%.

RIO e BRASÍLIA. Pelo quarto mês consecutivo, o emprego industrial apresentou variação positiva, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, o indicador avançou 0,3% sobre setembro e 3,4% em relação ao mesmo mês de 2006. A folha de pagamento real também registrou aumento: 2% sobre o mês anterior e 6,1% ante outubro de 2006. Em trajetória de alta, o emprego no setor deve encerrar 2007 com a maior alta da série histórica iniciada em 2002.

Até outubro, o emprego na indústria acumula variação positiva de 2%. Nos 12 meses de 2004, o melhor ano da série, houve alta de 1,8%.

- Com a alta na atividade industrial, tudo indica que este ano vai superar 2004 - diz André Macedo, do IBGE, destacando a seqüência positiva de 1,1% em setembro, 0,2% em agosto e 0,5% em julho.

De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os indicadores mostram que "o emprego na indústria decolou e, na passagem do ano, estará alcançando novo patamar".

O número de ocupados aumentou em 12 dos 18 segmentos, com destaque para máquinas e equipamentos (10,9%), meios de transporte (11,2%) e alimentos e bebidas (4,1%). A principal pressão negativa vem do setor calçadista (-9,3%). São Paulo, com maior peso na indústria nacional, foi o local com maior variação no emprego, de 5,5% ante outubro de 2006.

Os ganhos salariais, assim como a inflação controlada, vêm garantindo a alta na folha de pagamento, que acumula 5,2% no ano. Já o número de horas pagas, indicador antecedente de contratações, também cresceu: 0,5% sobre setembro e 3,2% sobre outubro de 2006.

De acordo com outro indicador de emprego (não só industrial), os dados também são positivos. Pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, em novembro foram abertas 124.554 vagas com carteira assinada, recorde da série histórica, com início em 2002. O número, quatro vezes superior ao do mesmo período de 2006, é conseqüência do aquecimento da economia, da perspectiva de um Natal mais rentável e do boom imobiliário.

No ano, foram criadas 1.936.806 vagas formais

O comércio foi o motor das contratações, com 99.677 vagas criadas - apoiadas na admissão de temporários. O setor de serviços abriu 62.422 empregos formais, melhor desempenho da série. Devido à expansão do crédito, a construção civil registrou o primeiro número positivo para novembro em 15 anos: 7.811 trabalhadores contratados.

Os setores agropecuário e industrial recuaram. No campo, o início de entressafras pesou para a demissão de 43.105 pessoas. Houve repercussão na indústria, que também refletiu o fim do trabalho pesado para entrega dos pedidos de fim de ano, com 2.496 postos fechados. Em ambos os casos, o saldo negativo é inferior ao de 2006.

No ano, o mercado registra a criação de 1.936.806 de empregos com carteira.