Título: Dilma afirma que governo Lula manterá PAC
Autor: Rodrigues, Lino
Fonte: O Globo, 15/12/2007, O País, p. 3

Segundo a ministra, governo já absorveu derrota no Senado.

PORTO ALEGRE. A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o governo Lula vai encontrar meios para superar as perdas resultantes da não-aprovação da CPMF. Ela disse que o governo absorveu a derrota no Senado e manterá suas prioridades:

- Não iremos fazer nada atribulado. Vamos manter o superávit primário, os programas sociais e o PAC. Os ministros da área econômica vão passar os próximos dias avaliando alternativas. Quando estiverem amadurecidas, o governo vai fazer uma comunicação, explicando as medidas, o que deve ser feito.

E seguiu:

- Somos capazes de manter nossas prioridades. Buscaremos mantê-las: crescimento com estabilidade, o superávit primário e assegurar que o país continue tendo robustez fiscal, com capacidade de manter a inflação sob controle.

Dilma assinou com a governadora Yeda Crusius (PSDB) o aval do governo para o empréstimo de U$1 bilhão que a administração gaúcha está tomando com o Banco Mundial. Segundo ela, sem aval do governo federal, o empréstimo não sairia.

A ministra e Yeda Crusius passaram pela Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos anos 80. A governadora foi professora da ministra. Após a assinatura do convênio, Dilma soprou velas de um bolo de chocolate, em comemoração aos seus 60 anos, completados ontem. Dois cantores regionalistas, os irmãos Fagundes, cantaram a versão gaúcha de "Parabéns a Você", com uma letra que fala do valor da amizade.

Ministra elogia tucanos que defenderam CPMF

Dilma saudou a posição favorável da governadora tucana Yeda Crusius e de outros governadores do PSDB à aprovação da prorrogação CPMF. A ministra elogiou o que chamou de "setores responsáveis da oposição". Segundo ela, o governo não deixou para a última hora a negociação da CPMF:

- Não apresentamos na undécima hora a proposta não. Ela foi negociada ao longo da semana, foi duas vezes aceita e duas vezes não foi cumprida. Lamentamos que isso tenha acontecido - afirmou.

A ministra negou que seja candidata à sucessão do presidente Lula:

- Estamos apenas no primeiro ano, concluindo-o de forma bastante satisfatória, com o país crescendo. Temos feito um esforço enorme para ver o país acelerar seu crescimento. Todas essas discussões que tentam pautar 2010 é algo que não podemos concordar, faz parte desse processo de encurtar o governo Lula.