Título: Campos: 3º maior no setor industrial
Autor: Rodrigues, Luciana
Fonte: O Globo, 20/12/2007, Economia, p. 37

Macaé cai no "ranking", e IBGE diz que o município nunca teve tanto PIB.

O petróleo continua ditando o ritmo da riqueza fluminense. Mas uma mudança no cálculo de como a produção da Bacia de Campos é dividida pelos municípios do Rio provocou uma verdadeira dança das cadeiras entre os maiores PIBs do estado. No último levantamento, baseado na metodologia antiga e referente ao ano de 2004, Campos aparecia na sexta posição entre os maiores PIBs do Brasil. Agora, está em 18º. Mesmo assim, graças a uma expansão de 15% na produção local de petróleo e a um aumento de 82% no preço da commodity entre 2002 e 2005, Campos foi alçado ao posto de terceiro maior PIB industrial do país, superando Manaus e São José dos Campos (SP).

No mapa da riqueza do Rio, quem mais foi afetado pela mudança de metodologia foi Macaé: caiu da oitava para a 53ª posição entre os maiores PIBs nacionais. Isso ocorreu porque, agora, o IBGE leva em consideração apenas a quantidade de petróleo produzida, em terra e mar, por cada município. Antes, o critério era usar, na conta do PIB, as mesmas regras adotadas pelo governo para pagar royalties à chamada zona principal de petróleo. Essa zona principal inclui, além de cidades produtoras, as que abrigam instalações para transporte ou tratamento do petróleo.

- Não é que Macaé perdeu, Macaé nunca teve tanto PIB - explica Sheila Zani, do IBGE.

E a mudança na estrutura econômica do país também fez as cidades do petróleo ficarem para trás. Na nova metodologia do PIB, a extração mineral perdeu peso: respondia por 4,6% da riqueza e, agora, tem só 2,5%.

Mas para muitos especialistas, as contas do petróleo ainda provocam distorção:

- Delimitar o PIB de um município é complicado. Atividades como geração de energia ou mineração também criam riquezas que não permanecem no município produtor. A diferença é que o petróleo fica no mar. Está se tomando o mar como território desses municípios - afirma Rodrigo Serra, da Ucam-Cidades e do Cefet-Campos. - Não dá para dizer que a economia de Campos tem esse tamanho todo. (L.R.)