Título: PF e Interpol mandam reproduções dos quadros furtados para 186 países
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 21/12/2007, O País, p. 3

ARTE ROUBADA: Equipe de agentes federais é destacada para investigar o caso

Portos e aeroportos estão em alerta para impedir que obras saiam do Brasil.

SÃO PAULO. A Polícia Federal e a Interpol enviaram comunicados com reproduções dos quadros "Lavrador de Café", de Cândido Portinari, e "Retrato de Suzanne Bloch", de Pablo Picasso, furtados no Masp a 186 países, com o objetivo de impedir a saída das obras do Brasil ou recuperá-las, caso os ladrões consigam deixar o país com as telas. Embaixadas de dezenas de países, incluindo Estados Unidos e Espanha, também foram comunicadas. Portos e aeroportos do Brasil e outros países receberam cópias dos quadros.

- Comunicamos todas as agências e embaixadas de outros países e estamos trabalhando em conjunto com a Interpol - disse ontem o superintendente da PF em São Paulo, Jaber Saad.

Segundo ele, a primeira providência tomada foi enviar as reproduções a todos os portos e aeroportos do país. Uma equipe formada por uma delegada, dois peritos e investigadores foi designada pela PF para investigar o caso. Segundo Saad, a PF tem competência para investigar o crime do Masp por se tratar de patrimônio histórico nacional.

Segundo o delegado Moacir Moliterno, da Interpol, os 186 países membros da organização foram comunicados do furto dos quadros. Foram enviadas fotos e descrições detalhadas das obras roubadas:

- Não temos condições de avaliar se essas obras de arte seriam levadas para o mercado clandestino. Mas seria um atrevimento muito grande se quisessem vendê-las aqui no Brasil - comentou o delegado.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse esperar que as obras roubadas tenham seguro, para que o museu seja ressarcido, casos os quadros não sejam recuperado. Serra não acredita que as obras sejam perdidas para sempre:

- Não é uma obra fácil de você guardar. Imagino que são obras que têm seguro.