Título: Para Gil, crime foi cometido por gangues internacionais
Autor: Mazzitelli, Fábio
Fonte: O Globo, 22/12/2007, O País, p. 12

Serra pede empenho à polícia.

SÃO PAULO. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse acreditar que o furto de dois quadros do Masp, anteontem, pode ter sido cometido por gangues internacionais. Gil anunciou que pretende criar um Instituto Brasileiro de Museus.

- Problemas deste tipo acontecem o tempo todo, no mundo inteiro. A cobiça dos grupos organizados internacionais é muito grande. Roubo como este, provavelmente, não foi feito por brasileiros. Deve estar ligado a gangues internacionais - disse Gil, que esteve no Palácio dos Bandeirantes para assinar convênios com o governador José Serra (PSDB).

Juntas, as obras levadas pelos criminosos - "O lavrador de café", de Cândido Portinari, e "Retrato de Suzanne Bloch", de Pablo Picasso - estão avaliadas em mais de R$100 milhões.

Segundo Gil, é preciso unir esforços dos governo federal, estadual e municipal para equipar melhor os museus do país. Para isso, anunciou, está em negociação a criação do Instituto Brasileiro de Museus:

- Ele vai se equipar, criar seus próprios quadros e ter capacidade de atender a demanda dos mais de 2.500 museus que temos no Brasil.

O ministro não quis comentar se a segurança no Masp falhou:

- O Masp é que sabe se é seguro ou não.

O governador Serra disse lamentar que o sistema de segurança do Masp estivesse vulnerável e afirmou ter pedido um empenho especial da polícia no caso.

- O Masp é uma entidade privada. Eu realmente lamento que o sistema de segurança estivesse desativado, enfim, que estivesse tão vulnerável assim. A polícia de São Paulo está tendo o maior empenho, e eu pedi ao secretário. A polícia faria o empenho de qualquer maneira, mas eu pedi que fizessem um empenho especial nesse caso - disse Serra.

Ele frisou que não pretende adotar medidas especiais em museus:

- A segurança é uma segurança geral para a população. Cada entidade privada deve cuidar da sua própria segurança. Não cabe ao governo verificar se em cada instituição, em cada prédio, o sistema de segurança, que é privado, está funcionando. Claro que diante de qualquer emergência gente dá toda a colaboração possível.