Título: Observadores embarcam hoje para Villavicencio
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Fonte: O Globo, 29/12/2007, O Mundo, p. 31

Marco Aurélio Garcia acredita que missão internacional assistirá à entrega de seqüestrados na selva.

BRASÍLIA. A missão de observadores internacionais que vai acompanhar o resgate de três reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) parte hoje para Villavicencio, na Colômbia. De lá, deverá seguir para um local ignorado. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que representa o governo brasileiro, disse ontem que a expectativa é que todo o grupo possa assistir de perto à operação. Ele acredita que a libertação ocorra ainda hoje ou, no mais tardar, amanhã.

- A expectativa é esta, mas tudo é possível - disse Marco Aurélio, por telefone, ao GLOBO.

Oliver Stone parte com comitiva internacional

A missão está sendo comandada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com representantes de Brasil, Equador, Argentina, Cuba, Bolívia, França e Suíça. A eles vai se juntar o cineasta americano Oliver Stone, que está filmando um documentário sobre América Latina. Ele disse ser fã de Chávez.

Ontem, Marco Aurélio e os demais integrantes da missão - entre os quais o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner - foram até Santo Domingo, na fronteira com a Colômbia, assistir ao lançamento da operação, com a decolagem dos helicópteros com o emblema do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Antes de embarcar, os comissários se reuniram a portas fechadas com autoridades venezuelanas, quando tomaram conhecimento da estratégia para resgatar a ex-deputada Consuelo González, a ex-candidata à vice-presidência da Colômbia Clara Rojas, e seu filho, Emmanuel. No fim da tarde, todos retornaram a Caracas, de onde partirão hoje para Villavicencio.

O assessor especial do presidente Lula disse não acreditar na libertação imediata de outros reféns, além dos divulgados. Reafirmou, contudo, que o fim do cativeiro dos três poderá ser o primeiro passo para que outros seqüestrados da guerrilha fiquem livres, entre eles a ex-senadora Ingrid Betancourt.

- Isso não está previsto - afirmou. - Nossa expectativa é a mais otimista possível quanto ao desfecho da operação.