Título: MEC suspende pregão para compra de laptops
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Fonte: O Globo, 10/01/2008, O País, p. 8

Preço do equipamento levou a impasse na negociação com empresa vencedora; não há previsão de retomada.

BRASÍLIA. O plano do governo de equipar as escolas públicas brasileiras com computadores portáteis para estudantes está longe de se concretizar. A licitação para a compra de 150 mil laptops para 300 escolas públicas foi aberta e, em dezembro, a empresa Positivo foi selecionada, após oferecer um modelo Intel, o ClassMate, por US$360 a unidade. O Ministério da Educação (MEC) iniciou, então, uma negociação para baixar o preço. A discussão chegou a um impasse e o pregão foi suspenso dia 21 de dezembro.

O MEC informou que não há previsão para retomar a negociação. Não se sabe sequer se será mesmo reiniciada ou cancelada. A empresa pré-selecionada também mantém o mistério sobre a compra. Os computadores seriam usados para iniciar um programa de capacitação de professores.

Segundo informação do jornalista Elio Gaspari, publicada em sua coluna de ontem, o segundo lugar no pregão ficou com uma máquina projetada por Nicholas Negroponte, do Massachussetts Institute of Technology, chamada XO. O modelo custaria US$387 a unidade. Segundo Gaspari, o governo uruguaio estaria se preparando para pagar US$199 por unidade na compra de um lote de cem mil máquinas idênticas. A explicação para a diferença nos preços seriam os impostos cobrados em cada país.

Em dezembro, conforme noticiou O GLOBO, a Positivo e a Intel firmaram parceria com o MEC para doar computadores ClassMate a alunos do ensino médio e fundamental de escolas públicas de quatro cidades brasileiras: Niterói e Piraí (RJ), São Paulo (SP) e Palmas (TO). Na época, a Positivo alegou que a intenção era meramente científica. Seriam observadas as aplicações e os impactos da tecnologia na rotina dos alunos e das escolas.

Foram doados 400 Classmate. A empresa ficou responsável pelo fornecimento do conteúdo didático disponível nas máquinas. Em Niterói, 26 alunos que cursavam a quarta série do ensino fundamental no Instituto Gay Lussac, além de cinco professores, dois coordenadores e um diretor foram contemplados com os computadores.

Em dezembro, antes da ameaça de cortes na administração pública para compensar a perda da CPMF, o MEC anunciou que gastaria R$400 milhões este ano para levar computadores e internet a 20 mil escolas públicas.