Título: Com carnaval antecipado, hotéis e bares do Rio perdem 15% de receita
Autor: Paul, Gustavo; Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 14/01/2008, Economia, p. 13

Pressão nacional por data fixa para o feriado.

BRASÍLIA. Principal destino turístico do Brasil, a cidade do Rio perderá com a redução do número de feriados no meio da semana e a incidência do carnaval no início de fevereiro. É o que afirma o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do município, Alexandre Sampaio. Ele acredita que o setor deixará de faturar 15% sobre o período de alta temporada e informa que está havendo uma grande mobilização nacional para pressionar o governo a elaborar um projeto de lei fixando definitivamente o carnaval em fim de fevereiro ou início de março:

- O carnaval no fim de fevereiro gera expectativa e fluxo de lazer natural. Além disso, a data determina um pouco a validade do calendário escolar.

Esses 15% de perda levam em conta um faturamento de 60 dias (janeiro e fevereiro), com o carnaval fechando o segundo mês do ano ou abrindo março. O evento no início de fevereiro corresponde a três semanas a menos de movimento - mas Sampaio não quis quantificar as perdas.

O dirigente acredita que não haverá problemas com a Igreja:

- Podem-se manter todas as atividades de caráter religioso, incluindo jejum e quaresma, independentemente da folia momesca.

Para Sampaio, a queda do número de feriados este ano será péssima para o turismo de lazer. E isso não vale apenas para o Rio, mas para as capitais nordestinas, no caso de turistas nacionais. O movimento de turistas estrangeiros não deve se alterar.

O secretário especial de Turismo do município, Rubem Medina, concorda que seria melhor se o carnaval não viesse tão cedo. Mas, quanto aos dias úteis, ele aposta no incremento do turismo de negócios ou convenções no Rio. Esbanjando otimismo, ele diz que a cidade baterá todos os recordes em ocupação e faturamento neste verão:

- De novembro a março deste ano, estima-se um faturamento do setor de US$1,8 bilhão, um crescimento em torno de 10% em relação ao verão passado. (Eliane Oliveira e Gustavo Paul)