Título: Suplente vai adiar posse para se defender
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 18/01/2008, O País, p. 4

Lobão diz que as denúncias contra o filho são injustas e falsas.

BRASÍLIA. Mal tomou fôlego do escândalo Renan, o Senado pode passar por novo constrangimento, provocado pelas denúncias envolvendo Edison Lobão Filho (DEM-MA), suplente do novo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Edinho, como é conhecido, avisou ontem que sua prioridade não é assumir o mandato, mas se defender. Ele lembra que o regimento lhe dá prazo de 30 dias, a partir do afastamento do titular, para a posse. Seu pai confirmou que ele vai assumir e se licenciar.

Em e-mail ao GLOBO, Lobão Filho diz que não tem data para assumir, mas nega que vá se licenciar para se livrar das acusações.

- Desejo encaminhar minha defesa, formalmente, com os respectivos documentos, ao meu partido e à Mesa do Senado antes de tomar posse. Eu ainda não decidi sobre datas. Não é essa a minha prioridade, no momento.

Lobão Filho está nos Estados Unidos, preparando a defesa que entregará ao presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), antes de assumir e imediatamente se licenciar, semana que vem.

- Nós, no DEM, não vamos protelar nada para proteger ninguém. Não vamos fazer um rito sumário, mas, ouvida a defesa, não vamos ficar em banho-maria. Se não acharmos as explicações convincentes, vamos nos posicionar no limite da expulsão - disse Maia.

- Sou filiado ao PFL/DEM há mais de 17 anos. Tenho muitos amigos no partido e não me sinto pressionado por ninguém. As declarações de políticos são naturais e previsíveis - disse Lobão Filho.

Lobão disse que o filho não vai se valer do foro privilegiado:

- Ele pretende se licenciar para responder lá fora. As acusações são do ponto de vista empresarial, não é nada político. Não existem recursos públicos envolvidos. É tudo muito injusto e falso.

Como a Mesa do Senado já tem posição firmada de que denúncias anteriores à posse do mandato não podem ser investigadas pela Casa, Edinho deve assumir, habilitar-se às prerrogativas do cargo, licenciar-se para sair do tiroteio, e deixar o caminho livre para a posse do segundo suplente, Remi Ribeiro (PMDB-MA).