Título: Concorrer para não encolher
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 26/04/2009, Política, p. 8

O problema no Distrito Federal é a opção sobre quem seria beneficiado com uma intervenção nacional. Possível candidato ao GDF, o peemedebista Joaquim Roriz trabalha com o cenário de ter um vice do PT ou apoiar um petista na disputa ao Senado. Um importante aliado de Roriz disse ao Correio que ele se oferece como um palanque para a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nesse caso, Roriz pediria em troca a ajuda de petistas de Brasília, seus adversários nas últimas cinco eleições.

No Palácio do Planalto, há também um palpite de que o governador José Roberto Arruda (DEM), que mantém uma boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dilma, migre para um partido da base aliada do governo até o fim de setembro. No PT, não se descarta também que Arruda faça um acordo para não incomodar a candidatura de Dilma. Mas os petistas de Brasília não querem ouvir falar em intervenção.

Eles não escondem que o projeto local está atrelado às negociações para a composição da chapa nacional, mas acreditam que o partido precisa lançar um representante na disputa ao GDF, sob pena de a legenda encolher. Além de concorrer ao projeto no Executivo, o candidato do PT será um puxador de votos para quem quer mandato no Legislativo. ¿A direção do partido sabe que a candidatura própria é importante para o PT no Distrito Federal¿, avalia o presidente regional do PT, Chico Vigilante. Essa também é a avaliação do deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), pré-candidato ao GDF. ¿Acredito que haverá pelo menos três candidaturas: do grupo de Arruda, de Roriz e a do PT, com possibilidade também de Gim (Argello) concorrer¿, acredita o petista. (AMC)