Título: Líder do governo descarta redução de carga tributária
Autor: Lima, Maria; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 25/01/2008, O País, p. 5

Fontana diz que reforma será prioridade no Congresso, mas que não se pode iludir população.

BRASÍLIA. Ao anunciar ontem que a votação da reforma tributária será uma das prioridades do governo este ano no Congresso, o líder na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), avisou que não há espaço para redução de carga tributária neste momento. Fontana - que já defendeu a volta da CPMF para financiar a saúde - descartou o aumento de carga tributária, mas afirmou que também não se pode iludir a população, prometendo redução de impostos:

- Aumento de carga tributária, sem hipótese. Mas temos que ser realistas, não podemos iludir a população de que haverá redução de carga tributária. O que defendo é manter a atual carga, racionalizar melhor o sistema para diminuir a sonegação para no futuro, diminuir seletivamente a carga tributária.

Fontana disse que a proposta de reforma tributária do Executivo deverá ser enviada no final de fevereiro. Antes, o texto será apresentado aos líderes da base, em reunião com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio.

Fontana defendeu que essa reforma seja tratada como "questão de Estado" e não seja partidarizada, alvo de disputa entre governo ou de oposição. A posição contrária à redução da carga, no entanto, terá reação dos partidos de oposição.

O líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), afirma duvidar que o governo vá propor uma reforma tributária, a não ser, diz, que possa ajudar a União a arrecadar mais.

- Temos que acabar com o maior número possível de impostos e retornar aos índices médios da década de 80, de carga de 25%. Hoje é de quase 40% - disse Lorenzoni.