Título: Inflação se acelera em abril
Autor: Mendes, Karla
Fonte: Correio Braziliense, 25/04/2009, Economia, p. 24

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta considerável e bateu 0,36% em abril ¿ a taxa de março foi de 0,11% ¿, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse avanço, o IPCA-15 acumula alta de 1,51% em 2009 e de 5,40% nos últimos 12 meses.

De acordo com alguns economistas, o repique não deverá mudar a trajetória de queda da taxa de juros básica da economia (Selic). ¿Os índices são voláteis no curto prazo e o Banco Central tem que olhar para a frente¿, disse o economista Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria. A economista-chefe do ING Bank, Zeina Latif concorda. Para Zeina, o BC está focado na atividade econômica e deixou o tema inflação um pouco de lado, segundo ela, porque todas as previsões dão o como certa a inflação na meta ou até um pouco abaixo

As maiores pressões de alta no IPCA-15 vieram dos itens empregado doméstico (1,82%) e cigarro (6,62%), ambos com 0,06 ponto percentual de contribuição e, juntos, responsáveis por 0,12 ponto do índice do mês, segundo o IBGE.

Itens importantes no consumo das famílias registraram avanços de preços, como pescados (5,46%), açúcar refinado (7,81%), ovos (9,04%) e batata inglesa (10,22%). Por outro lado, continuaram em queda o arroz (-1,84%), carnes (-1,98%), feijão carioca (-11,38%) e feijão preto (-12,59%). O IPCA-15 é lido como uma prévia do IPCA ¿ o índice oficial de inflação no Brasil, utilizado pelo BC para cumprir o regime de metas ¿, que será divulgado em 8 de maio.

Fipe O coordenador do Índice de Preços do Consumidor (IPC), Antonio Evaldo Comune, reduziu ontem de 0,46% para 0,36% a estimativa de inflação de abril para a cidade de São Paulo. Segundo ele, a revisão se justifica por causa da desaceleração verificada na alta do grupo Alimentação no indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O IPC registrou variação de 0,38% na terceira quadrissemana do mês (últimos 30 dias encerrados em 22 de abril) ¿ menor do que a taxa de 0,42% verificada na segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados em 15 de abril).