Título: Rebaixamento derruba bolsas nos EUA
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Fonte: O Globo, 05/02/2008, Economia, p. 14

Perdas com hipotecas afetam Wells Fargo e Wachovia. Europa também cede.

NOVA YORK, XANGAI e FRANKFURT. As perdas registradas por companhias americanas e o rebaixamento de empresas financeiras do setor de hipotecas fizeram as bolsas dos Estados Unidos amargarem mais um dia de quedas. A Nasdaq encerrou em baixa de 1,26%. Dow Jones e S&P também caíram: 0,85% e 1,05%, respectivamente.

Analistas destacaram que o humor piorou após a Stifel Nicolaus ter reduzido a classificação da Wells Fargo, segunda maior financeira hipotecaria e o quinto maior banco do EUA. O Merrill Lynch ainda rebaixou a classificação do quarto maior banco americano, o Wachovia.

Sob efeito de Wall Street, bolsas européias caem

Para Tim Smalls, executivo de contas da Execution LLC in Greenwich, em Connecticut, não é só porque o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) reduziu por duas vezes os juros que tudo está melhor. Com o medo de que a economia global entre em recessão, os investidores vendem suas ações, derrubando os preços, e partem para ativos mais seguros, como os títulos do Tesouro americano.

Na Europa, influenciadas pela queda em Wall Street, a maioria das bolsas fechou em baixa. A Bolsa de Londres caiu 0,05%, enquanto a de Paris recuou 0,09%. Já a Bolsa de Frankfurt subiu 0,46%. O destaque no mercado europeu ficou por conta das ações do Société Génerale, que se desvalorizaram 4,77%, coincidindo com a divulgação de um relatório da ministra de Economia da França, Christine Lagarde, pedindo mais controles após a fraude de 4,9 bilhões no banco.

Na Ásia, as bolsas, que fecharam antes da abertura do pregão americano, encerraram em alta, impulsionadas pela oferta da Microsoft pela Yahoo! e também pela compra de parte da Rio Tinto pela Alcoa e Chinalco. A Bolsa de Xangai subiu 8,13%, em sua maior alta desde junho de 2005. O mercado brasileiro não funcionou.