Título: Tarso diz que oposição quer 3º turno eleitoral
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 08/02/2008, O País, p. 8

Para ministro, caso Matilde Ribeiro foi "escândalo artificial".

BRASÍLIA. Após a divulgação de uma série de gastos de autoridades com cartão corporativo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou o desejo da oposição de investigar o caso no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também o tratamento da imprensa ao assunto. Tarso defendeu a ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, e classificou o episódio de "escândalo artificial". O ministro afirmou que a oposição fracassou e tenta agora um "novo terceiro turno". Ele salientou que 90% dos ministros sequer usam o cartão, como ele próprio:

- Essa cobertura está completamente equivocada. O que permitiu a detecção desse problema foi a transparência do governo. Não podem transformar isso em culpabilidade.

Tarso defendeu a CPI e desafiou os opositores a investigar os gastos de ministérios nos últimos dez anos, o que atinge o governo do ex-presidente Fernando Henrique. Segundo ele, é indiscutível que o controle sobre os gastos públicos e sobre a corrupção aumentaram muito no governo Lula.

- Com a CPI, vamos poder comparar quem usou com mais moderação o recurso público. A oposição derrotou a CPMF para impedir o sucesso ainda maior do governo Lula e fracassou no seu diagnóstico. Dizia que a economia do Brasil só ia bem porque o cenário mundial era favorável. Agora o cenário mundial está ruim, mas o Brasil continua com sua economia estabilizada. A oposição está sem discurso e sem proposta para o país.

Tarso Genro se disse convicto de que as pessoas que usaram o cartão o fizeram sem dolo, e chamou alguns profissionais de imprensa de "jornalistas da oposição".

- O uso dos cartões não é um rosário de ilegalidades. É um avanço. Qual o crime de se usar o cartão?! Não há notícia de delito. Há equívocos e as pessoas estão dispostas a repor.