Título: No Rio, R$11 milhões para pequenos gastos
Autor: Galhardo, Ricardo; Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 09/02/2008, O País, p. 8

Governo fluminense não utiliza o cartão; despesas cresceram 6,5% em relação a 2006.

No Estado do Rio, o governo não utiliza cartões corporativos. Ano passado, o estado desembolsou R$11 milhões com a rubrica "Despesas de Pronto Pagamento". O valor foi 6,5% maior que em 2006. Os recursos foram usados por funcionários indicados por secretários, presidentes e diretores de empresas públicas. Pelas regras, eles podem gastar até R$4 mil em compras, e pagam com cheques do governo. Em seguida, devem apresentar nota fiscal das despesas.

Até ontem, o Executivo não tinha o número exato de servidores que têm o talão de cheque. Ao contrário do governo federal, o site da Secretaria estadual de Fazenda apresenta apenas os dados consolidados da execução orçamentária do estado. Não é possível fazer pesquisas mais específicas como, por exemplo, descobrir que tipo de produtos foram comprados com os cheques das "Despesas de Pronto Pagamento", nem qual secretaria gastou mais. No ano passado, o governo anunciou que iria apresentar todas as suas contas na internet, mas o projeto, por enquanto, não saiu do papel.

A despesas não licitadas do estado, porém, ocorrem também em diárias, passagens e locomoção de servidores. Com passagens e locomoção, o estado empenhou no ano passado R$788 mil. Já com diárias, os recursos empenhados chegaram a R$7,6 milhões em todo o estado. Em nota, o governo informou que a viagens dos secretários e servidores são custeadas por meio de diárias.

Segundo o governo do Rio, não há um limite fixado para viagens: "elas ocorrem na medida da necessidade de cada secretaria e são autorizadas pela Secretaria da Casa Civil". A nota do governo informa ainda que "o estado não cobre passagem de parentes de secretários ou servidores".