Título: Celular: teste mostra falta de informação
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 14/02/2008, Economia, p. 25

Nas lojas, no entanto, desbloqueio de aparelhos era feito sem dificuldades.

No primeiro dia das novas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para os serviços de telefonia móvel, houve desencontro de informações. Num teste feito ontem em lojas das quatro maiores operadoras do país, O GLOBO constatou que as normas não estavam sendo cumpridas em lojas da TIM e da Claro. Pelo telefone, o Globo Online também fez um teste com as centrais de atendimento das empresas e constatou erros na TIM e na Vivo.

O teste foi feito em lojas da Oi, Vivo e Claro, em Copacabana, e da TIM, no Centro do Rio. Nesta última, o tesoureiro da Federação Única dos Petroleiros, José Genivaldo, não conseguiu cancelar as 20 linhas da TIM que vinha tentando suspender há uma semana, por telefone. A nova regra da Anatel determina que o cancelamento pode ser solicitado em qualquer loja da empresa, e que o pedido deve ser atendido em até 24 horas.

- Os atendentes me disseram que, como sou cliente corporativo, não poderia pedir o cancelamento na loja - contou José.

Segundo a Anatel, as novas regras para o setor valem tanto para clientes comuns quanto para os corporativos. Procurada pelo GLOBO, a TIM disse que entraria em contato com Genivaldo para atender sua solicitação.

Já na loja da Claro, a atendente informou à equipe do GLOBO que o prazo máximo para cancelamento era de 48 horas. A operadora informou "que o que aconteceu foi um fato isolado e que está apurando o ocorrido".

Outra regra que começou a valer ontem foi a gratuidade para desbloqueio do celular. O advogado Ronaldo Fernandes foi à loja da Vivo disposto a pagar taxa de R$100 pelo serviço. Chegando lá, ele se surpreendeu com a facilidade para desbloquear o aparelho:

- Primeiro me pediram a nota fiscal do celular, mas eu não tinha. Acabaram desbloqueando mesmo assim e sem cobrar.

Já nas centrais telefônicas, o desbloqueio dos aparelhos gerou dúvidas. Na central da Vivo, ao ser perguntada se o cliente com um plano dentro da carência (tempo mínimo para a mudança de planos ou cancelamento de contrato devido ao subsídio dado na compra do aparelho) poderia desbloquear gratuitamente o celular, a atendente informou que o usuário teria de procurar a assistência técnica do fabricante e não saberia informar se o serviço seria cobrado. Segundo a atendente, o desbloqueio não poderia ser feito nas lojas da Vivo. Procurada pelo Globo Online, a empresa informou que, apesar do treinamento, o erro deve ter ocorrido porque as regras são recentes. TIM, Claro e Vivo informaram corretamente.

Outra questão levantada foi o prazo de carência para o consumidor mudar de plano ou cancelar o contrato de prestação de serviços quando a compra do aparelho foi subsidiada. Na Vivo, a atendente informou que a única mudança é que os planos com carência de 18 ou 24 meses passaram a ter prazo de 12 meses. A informação estava incorreta porque a nova regra só vale para os novos contratos.

(*) Do Globo Online