Título: Lista dos 150 maiores desmatadores do país será divulgada pelo governo
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Fonte: O Globo, 15/02/2008, O País, p. 9

Serão realizadas até o fim do ano 120 operações contra devastação no Pará.

BELÉM. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ontem, em Belém, que o governo deverá divulgar uma lista com os 150 maiores desmatadores do país. Até dezembro, serão realizadas 120 operações contra o desmatamento no Pará, com a participação de policiais federais, fiscais do Ibama e policiais militares e civis do estado.

Anteontem, cinco madeireiras da região de Tailândia, no Sul do Pará, foram flagradas realizando desmatamento ilegal. Até o momento, 10 mil metros cúbicos de madeira ilegal foram apreendidos, o equivalente a um carregamento de 500 carretas. Segundo o governo do Pará, a operação Guardiões da Floresta deverá dobrar o volume de madeira apreendida sem certificação este ano.

Ontem, em Belém, Marina participou do Seminário de Avaliação e Planejamento das Ações de Monitoramento e Controle dos Desmatamentos na Amazônia, na companhia da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT). A ministra lamentou que alguns parlamentares da região digam que não é preciso certificar a produção de madeira, grãos e carne na Amazônia.

Marina volta a descartar anistia a desmatadores

Marina afirmou que sua pasta está trabalhando pela implementação do decreto 6.321, de 21 de dezembro, que aperta o cerco à atividade de extração ilegal de madeira na Amazônia, e mais uma vez descartou qualquer possibilidade de o governo conceder anistia aos desmatadores.

- Não haverá anistia. Não reduziremos a reserva legal - disse a ministra.

Marina anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai convocar uma reunião com os governadores dos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia, Roraima). Segundo a ministra, Lula chamará também os prefeitos dos 36 municípios que mais desmataram a floresta nos últimos anos para pedir o engajamento de todos no combate aos desmatamentos.

- Teremos reuniões com os bancos públicos para que não se dê financiamento, nem apoio a atividades que sejam ilegais.