Título: Vigilância sobre quem entra e quem sai
Autor: Ordoñez, Ramona; Souza, Claudio de
Fonte: O Globo, 15/02/2008, Economia, p. 26

Migração de profissionais com informação é outra preocupação.

CAMPOS. Poucos vazamentos de óleo causaram tanto alvoroço na Petrobras quanto o possível vazamento das informações confidenciais que estariam nos dois notebooks e em um disco rígido roubados da estatal e que tinham detalhes das recentes descobertas de campos gigantes de petróleo e gás na Bacia de Santos (SP). Em Imbetiba, Macaé, sede da Unidade de Negócios da Bacia de Campos, há quatro salas inteligentes, sendo que, de uma delas, é possível acompanhar em tempo real 43 plataformas e interromper a produção apertando um botão. Nesse ambiente, a segurança de dados sempre foi uma preocupação. Qualquer visitante tem de cadastrar seu computador portátil e só pode entrar com ele se for autorizado pela gerência. Na saída, o computador é outra vez examinado.

Pen-drives e câmeras fotográficas também são barradas, exceto no caso da imprensa, que também precisa ser autorizada. Uma fonte da Unidade de Negócios da Bacia de Campos informou que hoje é praticamente impossível acessar as informações confidenciais da empresa, que estão indisponíveis, não fazendo parte da intranet da Petrobras.

O diretor do Sindipetro base Norte Fluminense, José Maria Rangel, disse que informações começaram a ser vazadas há muito tempo, de forma homeopática, depois profissionais com mais de 20 anos de Petrobras deixaram a estatal para trabalhar em outras empresas ganhando muito mais.

- Petróleo sempre foi uma coisa estratégica e tem de ser tratada como tal. A Petrobras tem de ser uma empresa transparente quando vaza petróleo e coloca em risco o meio ambiente. No caso de pesquisas que estão sendo concluídas, elas têm de ser blindadas.