Título: Greve ameaça obras do PAC
Autor: Pires, Luciano
Fonte: Correio Braziliense, 29/04/2009, Economia, p. 13

Paralisação de funcionários da Caixa Econômica, iniciada ontem e sem data para acabar, coloca em risco o Programa de Aceleração do Crescimento e o novo plano habitacional do governo federal

Engenheiros, arquitetos, advogados e outros funcionários que fazem parte do quadro de empregados da carreira profissional da Caixa Econômica Federal entraram em greve ontem por tempo indeterminado. A paralisação coloca em risco o andamento de ações como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa, Minha Vida e o financiamento imobiliário concedido pela instituição financeira.

Ao todo, 2,3 mil pessoas fazem parte da carreira profissional. O banco e os trabalhadores negociam desde o início do ano um plano para amenizar distorções salariais históricas. Os advogados, por exemplo, têm remuneração inicial na faixa de R$ 5 mil e reivindicam um piso de pelo menos R$ 8 mil ¿ para chegar perto do que recebem os servidores da advocacia pública federal. As entidades que representam os funcionários informaram que a proposta da empresa prevê reajuste de 7,5% nos valores atuais, o que, segundo elas, é insuficiente para minimizar as distâncias entre as carreiras.

Por meio de nota, a Caixa informou que ¿está em processo de negociação¿ e que busca uma solução, apesar das dificuldades que o momento econômico impõe. ¿A Caixa apresentou proposta com reajustes diferenciados, com o objetivo de valorização da carreira profissional. Diante do novo contexto macroeconômico, a proposta apresentada contempla interesses da categoria, sem comprometer sua viabilidade técnica e financeira, reforçou o documento.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa (Aneac), Frederico Valverde, disse que a greve continuará até que o banco apresente uma nova proposta de reajuste.