Título: Fumante passivo também corre riscos
Autor: Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 19/02/2008, O País, p. 3

BRASÍLIA. Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doença cardiovascular, 30% mais chances de ter câncer de pulmão e 24% a mais de chances de sofrer um infarto de miocárdio. Esse não-fumante ainda teria maior propensão a desenvolver asma, ter redução da capacidade respiratória e maior risco de arteriosclerose.

Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), informou que o custo para a saúde pública do tratamento de problemas causados pelos cigarros é duas vezes maior do que se arrecada em tributos sobre a comercialização desse produto.

- Temos que aumentar a capacidade dos recursos da saúde para cuidar desse problema, mas, mais do que isso, precisamos evitar que as pessoas fumem, porque traz resultado individualmente e economia para o sistema - disse Luiz Santini.

Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o tabagismo é um problema de saúde pública. No Brasil, a estimativa é de que morrem entre 200 mil e 250 mil pessoas todo ano de doenças decorrentes do tabagismo. Dados apontam que os homens fumam mais que as mulheres.

Estudo realizado de 2002 a 2003 demonstrou que, entre pessoas com mais de 15 anos que vivem em 15 capitais do país, a opção por fumar variou de 12,9% para 25,2%. Fuma-se mais em Porto Alegre (RS) e menos em Aracaju (SE), segundo o levantamento, e a concentração de fumantes é maior entre pessoas com menos de oito anos de estudo.

O Inca realizou uma pesquisa domiciliar no Rio, em 2000, para detectar o perfil dos fumantes da capital. Foram entrevistadas 2.393 pessoas, com mais de quinze anos. O resultado foi o seguinte: entre os homens, 23,4% eram fumantes, e, entre as mulheres, 20%.