Título: FGV: clima econômico piora na AL
Autor: Scofield Jr., Gilberto; Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 21/02/2008, Economia, p. 25
Sondagem aponta queda das expectativas como reflexo da crise dos EUA
A América Latina foi menos atingida pela crise das hipotecas de alto risco (as chamadas subprime) dos EUA do que os países desenvolvidos, mas não se descarta um contágio da crise na região. É o que sugere o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina - elaborado pelo instituto alemão Ifo em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) - que recuou de 5,6, em outubro, para 5,2 pontos em janeiro.
A piora do indicador está associada especialmente ao Índice de Expectativas (IE) em relação ao futuro, que passou de 4,7 pontos para 4,1. Já o Índice da Situação Atual (ISA) manteve-se relativamente estável (passou de 6,4 para 6,3). Para a sondagem, foram consultados 124 especialistas em 16 países.
- A crise tem afetado mais fortemente a Europa e menos os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) e a América Latina. Os sinais não são de grande impacto, apesar da queda de expectativas - disse Lia Valls Pereira, coordenadora de projetos da FGV, lembrando que a sondagem também indica desaceleração econômica.
Apesar da ligeira queda no Índice de Clima Econômico (6,5 para 6,4), o Brasil avançou uma posição no ranking da América Latina e agora ocupa a quarta colocação, superando o Chile.
- O Uruguai manteve a liderança, apesar da queda na pontuação (de 8,1 para 7,8 pontos) - lembrou a economista.
O ICE aumentou em apenas dois países: Argentina (de 4,3 para 5,0) e Paraguai (de 5,0 para 6,4). Equador, México e Venezuela mantêm a tendência de piora das condições econômicas, tendo registrado ICE abaixo de 5 pontos. No Brasil, o Índice da Situação Atual de janeiro ficou igual ao de outubro (7,5), mas houve piora nas expectativas futuras, cuja pontuação caiu de 5,5 para 5,2, valor que está abaixo da média histórica (6,4).