Título: PF vai ouvir Atlas no caso Petrobras
Autor: Werneck, Antônio; Nogueira, Danielle
Fonte: O Globo, 23/02/2008, Economia, p. 34
Empresa faz a segurança do terminal da Poliportos, local mais provável do furto.
Funcionários da Atlas Segurança e Vigilância, responsável pela segurança do terminal portuário da Poliportos, no Rio, serão ouvidos pela Polícia Federal (PF) no caso do furto de computadores da Petrobras, possivelmente semana que vem. A PF acredita que a violação de um contêiner-escritório e de uma caixa para transportes de materiais pesados, contendo dados sigilosos da estatal, possa ter acontecido entre os dias 23 e 25 de janeiro, quando os dois ficaram guardados juntos no terminal. Serão convocados os empregados que estavam de serviço nesses dias.
A delegada Carla Dolinski, que preside o inquérito, esteve ontem na sede da PF no Rio, onde ouviu oito funcionários da Poliportos. Entre as hipóteses com as quais a PF trabalha, a de que o furto teria ocorrido no porto é a mais provável, segundo fontes ligadas à investigação - justamente pela precária segurança. Mas as oito pessoas afirmaram que o lacre e o cadeado - da caixa e do contêiner - não estavam violados, segundo o advogado da Poliportos, Luiz Henrique Dalmazo:
- Para a Poliportos não houve qualquer quebra de lacre ou do cadeado na empresa, porque no recebimento e na expedição é verificado se há algum rompimento do lacre ou do cadeado. A carga saiu intacta da Poliportos.
Carla retoma os depoimentos em Macaé na segunda-feira e pretende voltar ao Rio na próxima semana para ouvir os seguranças da Atlas. O GLOBO tentou, sem sucesso, entrar em contato com os responsáveis pela Atlas - que tem sede em Jacarepaguá. Em seu site, ela é citada como uma empresa que atua nas áreas de investigação empresarial, serviços de inteligência, locação de mão-de-obra e sistemas eletrônicos de segurança. A empresa diz ainda que utiliza a mais moderna tecnologia em telecomunicações, radiofonia e sensores.
Dalmazo explicou que os funcionários ouvidos são conferencistas: recebem a carga e verificam suas condições de segurança no momento de chegada e saída. Segundo ele, assim que a mercadoria chega, o funcionário confere a RT (Requisição de Transporte) que acompanha a carga. Esse documento vem com um número que deve ser igual ao que está no lacre. O conferencista também puxa o lacre para ver se ele já veio com algum tipo de adulteração "para eximir a empresa de qualquer responsabilidade".
Dalmazo disse ainda que, quando o lacre é rompido a bordo da sonda em alto-mar, são chamados o comandante do navio e o supervisor da Petrobras para esclarecer o ocorrido. O contêiner-escritório e a caixa estavam na sonda NS-21, no campo de Júpiter, na Bacia de Santos.