Título: Indenizações à espera da abertura
Autor:
Fonte: O Globo, 23/02/2008, O Mundo, p. 42
Cubanos e americanos entram na Justiça para rever expropriações de 1959
MIAMI. O anúncio da saída de Fidel Castro do poder reacendeu as esperanças de centenas de cubanos que movem ações milionárias de reintegração de propriedades confiscadas por Havana e de indenização por prejuízos causados pela revolução de 1959. Segundo o advogado Nicolás Gutiérrez, responsável por cerca de 400 ações de imigrantes cubanos na Justiça americana, a abertura do regime poderá facilitar os trâmites jurídicos em Cuba.
¿ Historicamente será um feito. A revisão de uma injustiça. A abertura em Cuba certamente trará mudanças ¿ disse o advogado Nicolás Gutierrez. ¿ Um governo democrático em Havana não deixará de indenizar as vítimas da revolução.
Durante a revolução, milhares de cubanos tiveram de deixar o país da noite para o dia, largando para trás suas casas, terrenos e lojas. Todas essas propriedades foram tomadas pelo governo socialista e hoje são casas onde vivem principalmente os mais pobres. Em Cuba há severas restrições à propriedade privada e praticamente todas as casas e estabelecimentos comerciais pertencem ao Estado.
Gutiérrez calcula que cidadãos e empresas americanas perderam cerca de US$8 bilhões em propriedades expropriadas. Já os prejuízos dos cubanos que tiveram que deixar o país superariam os US$200 bilhões.
Ainda segundo o advogado, 25% de seus clientes o procuraram depois que Fidel entregou provisoriamente o poder a seu irmão Raúl, em 2006:
¿ Desde então, a esperança voltou a crescer entre os cubanos.