Título: Dólar abaixo de R$1,70 pela 1ª vez desde 99
Autor: Frisch, Felipe; Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 27/02/2008, Economia, p. 29

Bovespa registra 5ª alta consecutiva. BM&F lucrou R$293 milhões em 2007, 49% a mais

RIO e SÃO PAULO. O dólar comercial encerrou ontem abaixo de R$1,70 pela primeira vez desde 20 de maio de 1999. A moeda caiu 1,29%, para R$1,684, sua sétima queda consecutiva, tendo perdido 5,23% no ano. Segundo especialistas, o recuo se deve à desvalorização do dólar em todo o mundo e ao fluxo de investimentos estrangeiros nos mercados de juros - a 11,25% ao ano - e de ações no Brasil. O dólar também registrou sua menor cotação histórica em relação ao euro, que atingiu US$1,4982.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve sua quinta alta consecutiva: 0,28%, aos 65.182 pontos, próximo do último recorde histórico da Bolsa, de 65.790 pontos, em 6 de dezembro. No ano, o Ibovespa tem alta de 2,03% e, nos últimos cinco pregões, de 4,63%. O risco-país se manteve estável aos 235 pontos centesimais. O saldo de estrangeiros na Bovespa no mês está positivo em R$529 milhões, até o dia 21.

CVM condena ex-executivos da Sadia

A Bovespa acompanhou Wall Street. O Dow Jones subiu 0,91% e o Nasdaq, 0,75%, apesar dos indicadores negativos dos EUA. O índice de preços ao produtor de janeiro subiu 1%, contra projeção de 0,3%. E a confiança do consumidor bateu 75 pontos, o pior nível em cinco anos. Segundo Ricardo Amorim, chefe de pesquisa de América Latina do Banco WestLB, as altas se deveram à manutenção da avaliação de risco das seguradoras de bônus Ambac e MBIA por Standard & Poor"s e Moody"s.

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) divulgou ontem, por volta de 22h, seu primeiro balanço de companhia aberta. O lucro líquido de 2007 foi de R$293 milhões, 48,7% a mais do que os R$197,2 milhões registrados em 2006. No quarto trimestre, o ganho foi de R$69,1 milhões. A receita operacional líquida cresceu 41,8%, dos R$388 milhões para R$551 milhões. A margem líquida aumentou de 50,8% para 53,3% e o volume de contratos negociados, de 283,5 milhões para 426,3 milhões.

Fábio Barbosa será presidente do Santander

Ontem, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) puniu o ex-diretor de Relações com Investidores da Sadia Luiz Gonzaga Murat Júnior e o ex-membro do Conselho de Administração Romano Ancelmo Fontana Filho, por quebra do dever de lealdade e uso de informações privilegiadas. Eles compraram recibos de ações da Perdigão negociados em Nova York (ADRs) antes da oferta hostil da Perdigão pela Sadia, no ano passado. A Sadia chegou a oferecer R$29 por ação, mas retirou a proposta diante da recusa dos controladores da Perdigão. Cinqüenta minutos após a retirada da oferta, Murat e Fontana venderam parte dos ADRs.

O executivo Fábio Barbosa, à frente do ABN Amro Real, foi confirmado ontem como futuro presidente do Santander no país, o primeiro brasileiro a ocupar o cargo. Ele assumirá as funções assim que o Real se separar legalmente do ABN Amro, cujos ativos globais foram comprados por um consórcio formado por Santander, RBS e Fortis.