Título: Marisa Serrano resistiu à indicação
Autor: Vasconcelos, Adriana; Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 28/02/2008, O País, p. 5
Deputados petistas criticam líder do governo por ter aceitado acordo
BRASÍLIA. A senadora tucana Marisa Serrano (MS) resistiu à indicação para a presidência da CPI Mista do Cartão Corporativo, já que está cotada para a disputa da prefeitura de Campo Grande. Mas cedeu diante dos argumentos de que seu nome seria um dos que mais uniriam a oposição. Evitando adiantar quais serão suas primeiras providências à frente da CPI, a senadora disse que sua disposição é de investigar tudo, inclusive o governo do ex-presidente Fernando Henrique.
- Se o requerimento da CPI estabelece que devemos investigar desde 1998, vai ser desde 1998 - antecipou.
Quando tudo parecia acordado entre governo e oposição, surgiram reações do PT da Câmara. Os deputados Marco Maia (PT-RS) e Carlos Zaratini (PT-SP) criticaram o fato de Henrique Fontana (PT-RS), como líder do governo, ter aceitado o acordo.
- O Fontana é líder do governo, fala o que o governo pensa. Não venham nos responsabilizar depois pelo resultado de uma CPI presidida pela oposição. Se tivesse que dar um conselho ao Luiz Sérgio (PT), diria que pensasse bem antes de assumir a responsabilidade de ser relator com um presidente do PSDB - disse Marco Maia.
- Não adianta ceder por causa de TV pública ou outra votação. Pode dar o dedo, o braço, o corpo inteiro, que não tem clima com a oposição. É a primeira vez na história que uma CPI dessa envergadura envolvendo o governo é presidida pela oposição - emendou Zaratini.
Em reunião ontem à noite, o PT discutiria a hipótese de trocar a relatoria pela presidência da CPI com a oposição. Indicado relator, Luiz Sérgio disse que acataria a decisão da bancada:
- O que houve foi um enorme desconforto da bancada do PT de não ter prevalecido a regra da proporcionalidade das bancadas nas duas Casas.