Título: BNDES: mais dinheiro para infra-estrutura
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Fonte: O Globo, 28/02/2008, Economia, p. 25

Em 12 meses, setor recebeu R$25,8 bilhões. Recursos para energia elétrica subiram 102%

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$25,8 bilhões para o setor de infra-estrutura nos últimos 12 meses, de fevereiro de 2007 a janeiro deste ano. Esse volume representou um aumento de 62% em comparação a igual período anterior. Para a assessora da presidência do banco Ana Cláudia Além, as liberações refletem o impacto dos financiamentos dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que receberam R$5 bilhões no período.

- Foi a primeira vez nos últimos anos que o setor de infra-estrutura superou o da indústria em desembolsos. Isso mostra a tendência do crescimento da economia, afastando o risco de gargalos em áreas importantes como energia e transportes - destacou Ana Cláudia.

Os recursos liberados para infra-estrutura nos últimos 12 meses são 39,9% do total desembolsado, que alcançou R$64,6 bilhões. Segundo Ana Cláudia, somente para o setor de energia elétrica os valores liberados pelo banco cresceram 102% em 12 meses, com um total de R$6,5 bilhões.

A economista destacou que os recursos para o setor de infra-estrutura continuarão tendo destaque ao longo do ano. Nos últimos 12 meses foram aprovados R$43,3 bilhões para o setor, um aumento de 74% no período. Desse total, R$12,5 bilhões são para projetos de energia elétrica. O setor de transportes também se destacou. Entre fevereiro de 2007 e janeiro de 2008, o BNDES liberou R$11,8 bilhões e aprovou R$15 bilhões. Em ambos os casos, o aumento foi de 67% em relação ao período anterior.

Recursos para a indústria caíram no período

Na contramão do resultado do setor de infra-estrutura, os desembolsos para a indústria nos últimos 12 meses totalizaram R$25,7 bilhões, uma queda de 12% em relação ao período anterior. Ana Cláudia explicou que a retração se deve à redução de financiamentos para exportações. Sem as operações de exportação, os desembolsos cresceram 15,8%, para R$18,8 bilhões. (Ramona Ordoñez)