Título: PT alega questão contábil de prazo
Autor: Gripp, Alan; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 02/03/2008, O País, p. 3

Assessoria do partido diz que gasto com recursos do fundo "não é ilegal nem imoral".

BRASÍLIA. A assessoria de imprensa do PT informou sexta-feira que os gastos com a festa de comemoração dos 26 anos do partido foram cobertos pela venda de convites aos participantes, e que a utilização de recursos da conta do Fundo Partidário - que pagou a compra de vinhos, espumantes e o serviço de bufê - se deu "por uma questão contábil de prazo de vencimento". Segundo a assessoria, a legenda arrecadou, com a venda de convites para a festa, R$271,4 mil, e os custos atingiram R$103,4 mil. Os valores dos convites variaram entre R$200 e R$5 mil.

"Portanto, além de cobrir as faturas pagas via fundo partidário - por uma questão contábil de prazo de vencimento -, a arrecadação da festa ainda gerou um saldo positivo de R$167,7 mil", disse a nota enviada ao GLOBO pelo PT.

"A legislação não proíbe tal procedimento", diz nota

O partido considera que o pagamento de parte das faturas do evento com recursos saídos da conta que movimenta o fundo partidário "não é ilegal, nem imoral" porque "a legislação não proíbe tal procedimento e visto que, como já dito, todas as despesas da festa foram cobertas, com sobras, pela venda de convites".

Na nota, o PT não informou por que comprou os vinhos e espumantes num restaurante em Porto Alegre, apesar de a festa ter sido realizada em Brasília. Para transportar as bebidas, o partido gastou R$490, segundo a nota fiscal entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A nota afirma ainda que "o PT não tem obrigação legal de fazer cotação de preços para seus eventos, embora o faça com freqüência por uma questão óbvia de otimização dos recursos".