Título: Imposto sindical em discussão
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 01/03/2008, O País, p. 8
BRASÍLIA. Tramita no Congresso proposta para acabar com a cobrança automática e obrigatória do imposto sindical. Atualmente ele é descontado no contracheque no mês de março e equivale a um dia de trabalho do empregado.
O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) incluiu no projeto que regula a atividade das centrais sindicais o fim da cobrança automática do imposto. Mas a proposta foi retirada em votação no Senado. O texto vai ser votado na Câmara.
Desde semana passada, líderes das cinco centrais sindicais, comandados pelo deputado Paulo Pereira (PDT-SP), presidente da Força Sindical, voltaram a fazer lobby na Câmara para garantir a derrubada da emenda de Augusto Carvalho. A extinção da contribuição foi incluída no projeto que legaliza as centrais sindicais e lhes permite abocanhar 10% do bolo de cerca de R$1,3 bilhão arrecadado com o imposto compulsório.
Na próxima semana, uma grande manifestação pró-manutenção da contribuição deve acontecer em Brasília.
- Será uma guerra entre o governo via (ministro Carlos) Lupi, que apóia a manutenção do imposto compulsório, e os que votaram pela derrubada na Câmara. Os deputados precisam dar ao trabalhador o direito de escolher se querem ou não continuar financiando a compra de colégios eleitorais , via doações com o dinheiro da contribuição, para que os atuais dirigentes se perpetuem no poder - argumentou Augusto.
Em 2007, quando o Senado votaria a emenda Augusto, Lupi criou um grupo de trabalho para estudar uma alternativa, dentro de 90 dias, que garantisse a extinção gradual do imposto. Até agora, nenhuma proposta foi apresentada.