Título: Sou um desarmamentista
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 06/03/2008, O País, p. 3
Pompeo de Mattos diz que o PT ignorou a comissão.
BRASÍLIA. Um dia depois de sua eleição para presidência da Comissão de Direitos Humanos, Pompeo de Mattos (PDT-RS) passou o dia dizendo que não é defensor das armas. Para ele, parlamentares e ONGs que o criticam não o conhecem bem. Pompeo classificou-se como desarmamentista. Perguntado sobre a razão de ter recebido R$120 mil de fabricantes de armas e munição para sua campanha eleitoral em 2006, respondeu:
- Problema deles. Tenho convicção e não abro mão dela. Sou desarmamentista. Agora, tem empresa que ajuda e não registra.
Pompeo afirmou que, se não fosse ele, a abertura de novo prazo para entrega de armas não teria ocorrido. Disse que dará nova dinâmica à comissão e que os deficientes físicos serão uma de suas prioridades. Afirmou que tem experiência no campo de direitos humanos por ter sido dessa comissão quando era deputado estadual, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e ter sido vice-presidente, em 2004, da comissão que agora preside. Ele criticou os que o atacam.
- Está havendo uma orquestração. Nem assumi a comissão e reclamam sem me conhecer. Sou filho de um sem-terra, nasci num acampamento da reforma agrária. Sou filho de um perseguido político que não pediu indenização ao governo. Sou o deputado que mais defende portadores de deficiência e tem mais projetos em defesa deles. Pelo meu gabinete passaram mais de dez portadores de deficiência, que trabalharam comigo.
O pedetista atacou os petistas que criticaram sua indicação. Afirmou que o PT preteriu a comissão e sequer indicou um vice.
- Foi o PT quem criou a Comissão de Direitos Humanos, que tem a cara do PT. Todos os assessores da comissão são do PT, e a maioria será mantida, não todos. O PT escolheu presidentes de outras quatro comissões e ignorou esta. Agora os deputados ficam bravos comigo?! Essa é a verdade nua.