Título: Centros de estrangeiros parecem cárceres
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Fonte: O Globo, 08/03/2008, O País, p. 8
NA FRONTEIRA DA DIPLOMACIA: Informe diz que condições higiênicas são deploráveis e recomenda melhora radical
Conclusão é de estudo sobre locais para onde são levados imigrantes que entram na Espanha de forma irregular
MADRI. Parecem-se demais com um cárcere e não são. Segundo reportagem do jornal espanhol "El País" publicada ontem, essa é a conclusão de estudo sobre os Centros de Internação de Estrangeiros (CIE), encomendado pelo Parlamento Europeu a uma consultoria privada. Nos centros imigrantes que entram de forma irregular na Espanha ficam detidos, por no máximo 40 dias, enquanto tramita o processo de expulsão.
A reportagem conta que o informe chama a atenção sobre o sistema "excessivamente rígido" e "tipicamente penitenciário" dos centros, onde os "sem-papel" estão "quase permanentemente nas celas", em "condições higiênicas deploráveis". O informe, que teve a colaboração, no capítulo espanhol, da Comissão Espanhola de Ajuda ao Refugiado, recomenda a flexibilização do "regime penitenciário" e uma "melhora radical" das condições desses centros.
Segundo o "El País", o Ministério do Interior, ao qual estão subordinados os CIEs, discorda das conclusões do informe. "Os imigrantes não podem sair do centro, mas podem transitar nele, e não há celas, mas sim quartos", afirmou um porta-voz do ministério, de acordo com o jornal espanhol. Outros informes do Parlamento destacaram o bom funcionamento dos centros de internação em 2006, em plena crise de imigração ilegal de africanos, afirma a reportagem. Foram avaliados pela consultoria contratada pela Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Interior, da Câmara Comunitária, os centros de Madri, Barcelona, Málaga, Algeciras e Fuerteventura.