Título: Estado demolirá 6.408 casas para obras do PAC
Autor: Motta, Cláudio
Fonte: O Globo, 05/03/2008, Rio, p. 15
Governo alugará imóveis para abrigar os que serão desalojados, até que as novas residências fiquem prontas.
Durante as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que serão lançadas depois de amanhã pelo presidente Lula, 6.408 casas serão demolidas pelo governo do estado. Outras 4.822 casas surgirão no Complexo do Alemão, em Manguinhos e na Rocinha. Enquanto as unidades não estiverem prontas, seus moradores viverão em imóveis alugados pelo governo. Quem não concordar com a solução poderá optar por uma das 389 casas usadas que serão compradas ou se candidatar às 1.197 indenizações previstas, de acordo com as informações do subsecretário de Urbanismo da Secretaria de Obras, Vicente Loureiro.
- Não se faz um omelete sem quebrar ovos. É preciso abrir avenidas, preservar a faixa marginal de canais e combater áreas de risco. Isto provocará a demolição de casas. O processo, no entanto, terá flexibilidade. Os moradores terão a opção de escolher entre casas novas, usadas que serão compradas ou indenizações. A prefeitura fará, ainda, outras derrubadas, para as suas ações de saneamento. Neste caso, não há previsão de construção de novas unidades - afirmou Loureiro.
Secretário diz que avaliação será justa
De acordo com o subsecretário, as melhorias que serão implantadas com o PAC devem valorizar as casas. Isto, porém, não significará mais custos para o governo.
- Vamos fazer a avaliação mais justa possível. O fator especulativo ocorre após anúncios de melhorias em qualquer região da cidade. A avaliação do estado vai captar o valor de mercado de cada unidade sem se deixar contaminar. Não adianta especular com o estado - disse Loureiro.
De acordo com a Secretaria de Obras, um levantamento topográfico começará a ser feito para conferir mais precisão às demolições.
As negociações como os moradores serão feitas pelos chamado Canteiros Sociais, escritórios que serão montados na Casa da Paz, na Rocinha, no Centro Comunitário de Defesa da Cidadania (CCDC), em Manguinhos, e num galpão desativado no Complexo do Alemão. Neles, assistentes sociais manterão contato com a população.