Título: Crise nos EUA volta a derrubar bolsas no mundo
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Fonte: O Globo, 07/03/2008, Economia, p. 29

Bovespa cai 2,56% e Nasdaq atinge nível mais baixo desde 2006. Euro e petróleo batem novos recordes

NOVA YORK e RIO. Os mercados mundiais fecharam ontem em queda, após uma série de novos problemas no setor de crédito e preocupações de que a economia americana estaria perto de uma recessão. Nos EUA, o Dow Jones recuou 1,75% e o Nasdaq, 2,3%, para o nível mais baixo desde setembro de 2006. Já o S&P 500 caiu 2,2%, para seu menor patamar de fechamento em 18 meses. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu 2,56% e encerrou a 62.974 pontos. Londres (-1,49%), Frankfurt (-1,38%) e Paris (-1,65%) também ficaram no terreno negativo.

No Brasil, o dólar comercial subiu 0,54%, para R$1,68. O diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, avaliou que a alta foi resultado do baixo volume de negócios no dia, de US$1,8 bilhão.

Em Wall Street, contribuíram para a fuga dos investidores (que correram para títulos do governo americano) notícias de que a Thornburg, que concede hipotecas de alto nível, entrou em default (calote). Suas ações despencaram 51,5%. Já os papéis da Merrill Lynch caíram 7%, após o anúncio de que a instituição vai parar de fazer financiamentos imobiliários de risco elevado por sua unidade First Franklin Financial e cortar 650 empregos. A seguradora Ambac, que tenta levantar capital, também teve um dia ruim e suas ações caíram 14,7%.

Cotação do barril fechou a US$105,47 em Nova York

Um relatório mostrando que execuções hipotecárias nos EUA atingiram alta recorde no fim de 2007 piorou os ânimos.

- O mercado ainda está muito nervoso, imaginando o que vai saltar do armário - disse Frederic Dickson, vice-presidente sênior da D.A. Davidson.

Após o fechamento, o Citigroup informou que vai reestruturar seu negócio hipotecário nos EUA, reduzindo a exposição a créditos imobiliários em US$45 bilhões.

O dólar atingiu novo recorde de baixa frente ao euro. A moeda européia foi a US$1,5392, devido a especulações de que o Banco Central Europeu manteria seus juros em 4%, o que realmente ocorreu. Além de preocupações com estoque, o enfraquecimento do dólar contribuiu para que o petróleo também alcançasse novo recorde em Nova York, fechando a US$105,47.