Título: Na Bahia, 14 repatriados este mês
Autor: Jungblut, Cristiane; Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 11/03/2008, O País, p. 5

Durante todo o ano passado, 70 estrangeiros foram mandados de volta

SALVADOR. Contando com os seis repatriados de sábado, sobe para 14 o número de estrangeiros mandados de volta aos países de origem apenas este mês no aeroporto de Salvador. Na última quinta-feira haviam sido repatriados sete espanhóis e, na sexta, um americano. No ano, o total é de 25, somando-se os seis casos registrados em janeiro e os cinco de fevereiro.

Sábado à noite, seis estrangeiros foram mandados de volta à Espanha no mesmo avião da empresa Air Europa que os levou à Bahia. Cinco espanhóis e um italiano foram repatriados por problemas diversos, como documentação irregular, não-comprovação de dinheiro para garantir a estada e falta da passagem aérea de volta. Dois dos passageiros viajavam em primeira classe.

Em 2007, segundo a Polícia Federal, 70 estrangeiros de diversas nacionalidades, a maioria europeus, foram repatriados por razões variadas. Diante do aperto da PF, foi notada pelos policiais uma mudança de comportamento de estrangeiros que desembarcam em Salvador

- Eles antes reclamavam, gritavam, falavam alto e botavam a maior pressão quando havia qualquer demora na fila para análise dos passaportes. Agora, ficam todos caladinhos e têm o maior cuidado ao apresentar a documentação aos nossos agentes. A arrogância diminuiu - disse o agente da PF Francisco Gonçalves, chefe da Polícia Aeroportuária, responsável pelo controle da entrada de estrangeiros o aeroporto de Salvador.

Gonçalves contou que, semana passada, mandou de volta para a Europa uma espanhola que, ao ser convocada a apresentar comprovantes que garantissem a sua estada na Bahia, reagiu dizendo que o Brasil era "un país de mierda":

- Já que é assim, achei melhor mandá-la de volta.

Segundo o agente, diferentemente do tratamento inadequado que os brasileiros recebem na Europa, aqui os estrangeiros que são repatriados são bem tratados e recebem água, cafezinho, têm direito a dar telefonemas e recebem ainda assistência da companhia aérea.

O delegado André Costa de Melo, chefe da Polícia de Imigração do Departamento da PF na Bahia, disse que, no caso dos repatriados por não ter a passagem de volta, a companhia é multada, em R$4.135, valor que pode aumentar em até cinco vezes no caso de reincidência.

* da Agência A Tarde