Título: Centrais fazem pressão para manter imposto
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 11/03/2008, O País, p. 8

Sindicalistas planejam ato no Congresso, que deve votar hoje continuação de cobrança obrigatória

BRASÍLIA. As centrais sindicais ameaçam fazer barulho hoje no Congresso, levando cerca de 400 pessoas a Brasília para pressionar os deputados a manter a cobrança compulsória do imposto sindical - um dia de trabalho de todo assalariado, ainda que não seja sindicalizado. A Câmara deve aprovar hoje o texto que garante o imposto, já votado pelo Senado, com o apoio de PSDB, PMDB, PT e demais partidos da base aliada.

Antes de votar o projeto que trata da regularização das centrais, o plenário terá que apreciar medida provisória que muda a data do pagamento dos benefícios da Previdência e está trancando a pauta.

- O Senado incorporou a sugestão do deputado Antônio Pannunzio de garantir auditoria no dinheiro que será repassado às centrais. Além disso, houve o compromisso de rediscutir a cobrança, envolvendo os sindicatos patronais. A tendência é o apoio ao texto - disse o líder do PSDB, José Aníbal (SP).

- O Senado fez um bom trabalho. A decisão é votar a favor do texto de lá. Poderemos ter um ou outro peemedebista votando pelo fim da contribuição, mas a maioria ampla irá seguir a determinação de aprovar o texto - afirmou o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

O líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), reunirá hoje a bancada para decidir como o partido votará. O deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), vai defender o texto do Senado nesse encontro.

- O DEM deve votar majoritariamente a favor da emenda que acabou com a compulsoriedade do pagamento do imposto - disse ACM Neto.

Não só sindicalistas são contra a emenda do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), segundo a qual o desconto de um dia de salário só pode ser feito pela empresa com autorização do funcionário. Hoje, o desconto é automático. Os sindicatos patronais - que continuariam recolhendo o imposto - querem rediscutir a cobrança sindical em outro projeto, que, segundo o acordo fechado no Senado, será enviado pelo governo.

CNI pediu apoio ao texto do Senado

Na semana passada, o deputado e presidente da CNI, Armando Monteiro (PTB-PE), pedia apoio ao texto do Senado.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, disse que representantes de todas as centrais estarão em Brasília para defender a proposta.

- Iremos levar mais de 400 pessoas, com balões, camisetas, faixas - disse Gonçalves.