Título: Em janeiro, outro alvo
Autor: Balbi, Aloysio; Cássia; Cristina de
Fonte: O Globo, 12/03/2008, Rio, p. 14

Prejuízo foi de R$100 milhões em 6 cidades.

Denúncias de corrupção têm sido comuns no estado. Em janeiro, o Ministério Público deflagrou a Operação Uniforme Fantasma, que investigou irregularidades nas compras de seis municípios que teriam causado prejuízo de R$100 milhões. Segundo o MP, um grupo de 12 empresas e sete ONGs combinavam preços e vencedores de licitações. Apenas as ONGs fecharam nos últimos anos R$26,9 milhões em contratos com prefeituras e o governo do estado.

As fraudes ocorriam em Magé, Santo Antonio de Pádua, Rio Bonito, Angra dos Reis, Japeri e Paraíba do Sul. A base da quadrilha era Magé, onde dois irmãos da prefeita Núbia Cozzolino ¿ Núcia Cozzolino, secretária de Fazenda, e o ex-prefeito Charles Cozzolino ¿ tiveram prisão provisória decretada. Núbia foi acusada de receber propinas de uma das empresas envolvidas. Acusação idêntica recaiu sobre o prefeito de Aperibé, Paulo Fernando Dias, o Foguetinho.

Desde as últimas eleições em 2004, 14 prefeitos do estado foram alvos, na Justiça Eleitoral, de denúncias de compras de votos. Além de Carlos Alberto Campista, de Campos, mais três prefeitos perderam o mandato após os recursos serem rejeitados pelo TSE: Flávio Campos Ferreira (Paracambi), Altair Paulino de Oliveira Campos (Vassouras) e Gedeon de Andrade Antunes (Seropédica). Na semana passada, o prefeito de Silva Jardim, Augusto Tinoco, foi cassado pela Câmara de Vereadores, acusado de usar materiais de construção, funcionários e máquinas da prefeitura para construir uma via de acesso ao sítio de sua família.