Título: BNDES empresta 25% mais
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 14/03/2008, Economia, p. 23

Desembolso de R$8,8 bi no ano e R$66 bi em 12 meses.

Bruno Rosa

Nos dois primeiros meses deste ano, os desembolsos do BNDES somaram R$8,8 bilhões, número que representa um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a liberação de recursos totalizou R$66,645 bilhões, uma alta de 21% sobre o período anterior. Com a retração de 10% dos desembolsos para a indústria em 12 meses, a participação dos recursos destinados à infra-estrutura se igualou à da indústria - ambos com fatia de 40% .

Segundo o BNDES, os desembolsos da indústria foram de R$26,8 bilhões nos últimos 12 meses, ainda refletindo a retração dos financiamentos à exportação. Os desembolsos para infra-estrutura, que concentram os investimentos em transportes, por exemplo, foram de R$26,5 bilhões nos 12 meses, com alta de 64%.

- O setor de infra-estrutura foi o grande destaque neste início de ano, e a tendência é que continue assim devido à forte demanda por commodities, que forçam as empresas como as de siderurgia e mineração a aumentarem seus investimentos. Com isso, as companhias de transportes tiveram de investir mais para atender à demanda - explica Ana Claudia Alem, assessora da presidência do BNDES.

Obras do PAC somam R$710 milhões em doze meses

O banco deu destaque ao setor de transportes terrestres, que inclui os modais rodoviário, ferroviário e metroviário. Segundo Ana Claudia, o setor foi impulsionado ainda pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como a Transnordestina e a Ferrovia Norte-Sul, que somaram desembolsos de R$710 milhões no período, e pela recuperação da agricultura durante o ano de 2006.

O setor de transportes recebeu, nos últimos 12 meses R$12,1 bilhões, valor 71,4% superior ao liberado nos 12 meses anteriores, de R$7,1 bilhões. O número representa 18% do total liberado pelo BNDES no período, a maior participação entre os 15 segmentos analisados pelo banco de fomento. Em seguida, veio o segmento de energia elétrica, que recebeu R$6,6 bilhões - uma expansão de 109% em relação aos 12 meses anteriores.