Título: Cobrança de trabalho
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 02/05/2009, Política, p. 3

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é hora de o Congresso começar a trabalhar a fim de aprovar projetos importantes para o país. ¿Temos coisas importantes para discutir e aprovar no Congresso Nacional.¿ Na quinta-feira, Lula já havia minimizado a farra das passagens: ¿Eu não sei por que vocês vendem como novidade o que acontece na Câmara. Qual é a novidade que vocês descobriram? Que um deputado utiliza passagem? Isso é utilizado desde que o Congresso é Congresso, gente¿.

Ontem, voltou a tratar do assunto: ¿Qual é o país que não tem um problema? É preciso parar com a mania de achar que somente no Brasil é que tem determinadas coisas. Qual o país que tem o poder de fiscalização que tem o Brasil? Qual é o país do mundo que tem um Ministério Público como nós temos? Qual é o país do mundo que tem um Tribunal de Contas como nós temos?¿, questionou.

A Câmara dos Deputados restringiu a cota de passagens aéreas aos deputados e assessores autorizados após uma série de denúncias sobre o uso dos bilhetes. Agora, os créditos de bilhetes aéreos não utilizados retornarão para a Câmara e não poderão mais ser usados pelos deputados. Viagens ao exterior, para missão parlamentar, precisarão de autorização especial.

Irregularidades O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) mostrou-se indignado diante da generalização de denúncias de mau uso de passagens aéreas por integrantes do Congresso e voltou a negar que tenha cometido irregularidades. ¿Me preocupa essa generalização, que destrói a respeitabilidade institucional¿, disse Ciro. ¿Eu não uso (as passagens), nunca usei e meu nome foi envolvido (nas denúncias) fraudulentamente.¿

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, afirmou que, no entendimento dos parlamentos, as passagens aéreas podiam ser usadas do jeito que cada um quisesse, sem limitações. Assim, ele admitiu ter dado bilhetes para o movimento sindical. ¿Quando eu cheguei na Câmara (...), me disseram o seguinte: `Isso é seu e você faz o que você quiser com isso¿, afirmou. ¿Eu acho que houve alguns erros, alguns exageros e tinha muita gente que vendeu passagem e tudo mais, mas havia um entendimento de que essa passagem era dele e ele fazia o que ele queria¿, acrescentou. ¿Todo mundo do movimento sindical que me pedia (passagem aérea), eu dava. Quer dizer, eu avaliava: se fosse de sindicato rico, eu não dava.¿