Título: Emprego formal bate novo recorde
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 19/03/2008, Economia, p. 25
BRASÍLIA. O setor de serviços, influenciado pela volta às aulas e o carnaval, ajudou a elevar o emprego formal em fevereiro. No mês, foram abertas 204.963 vagas com carteira assinada - segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foi o melhor resultado para o período desde 1992 e representou uma alta de 38,4% em relação a janeiro. Do saldo total, o segmento de serviços respondeu por 74.441 postos, sendo 31.489 na atividade de ensino.
A segunda maior contribuição veio da indústria de transformação, que contratou 46.812 trabalhadores com carteira assinada, com destaque para as áreas de produção de alimentos e bebidas, metalurgia, mecânica e calçados. Construção civil, agropecuária, administração pública e comércio foram, nesta ordem, os ramos que mais empregaram no mês passado.
No primeiro bimestre, já foram criados 347.884 empregos - também recorde histórico para o período. Foram 94.397 a mais na comparação com janeiro e fevereiro de 2007.
- Eu continuo dizendo que 2008 será o melhor ano da história da geração de empregos - comemorou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Segundo ele, os dados mostram que as empresas estão contratando para acompanhar o aumento da demanda. Por isso, avalia, não há risco de inflação - o que alivia os temores do Banco Central (BC).
Lupi destacou o desempenho da indústria da transformação, que teve o maior saldo para o mês da série do Caged. O mesmo aconteceu com os segmentos da construção civil (27.574 postos), da agropecuária (25.239) e da administração pública (15.276). Nesse caso, disse o ministro, houve influência das atividades de ensino nas prefeituras e estados.
Somente o Nordeste registrou perda de vagas
Segundo o Caged, em fevereiro, o nível do emprego formal subiu em todas as regiões, exceto no Nordeste, que registrou redução de 14.719 vagas, devido à entressafra da cana. O Sudeste respondeu pela maioria das contratações (140.956), seguido pelas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. Entre os estados, São Paulo aparece em primeiro lugar, com saldo de 98.652 postos. Minas Gerais ficou em segundo (27.792), seguido de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Com 10.288 vagas abertas, o Rio ficou em sétimo.
O Caged mostrou ainda que o emprego formal está crescendo mais no interior do que nas regiões metropolitanas. As nove principais áreas metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) responderam pela contratação de 67.959 trabalhadores, contra 99.003 no interior dos respectivos estados, devido, principalmente, às atividades agroindustriais.