Título: Governo olha crise com lupa, diz Lula
Autor: Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 21/03/2008, Economia, p. 20

Presidente afirma que Petrobras não vai aumentar preços de combustíveis

FOZ DO IGUAÇU. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que seu governo está "tranqüilo" e "cauteloso" diante da turbulência nos mercados internacionais desencadeada pela crise no setor de crédito imobiliário dos Estados Unidos. Segundo Lula, tanto a situação lá fora quanto seus efeitos sobre os mercados financeiro e de capitais domésticos estão sendo acompanhados com lupa pelo governo.

- Nós achamos que a turbulência da bolsa (Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa) é própria da bolsa. Ou seja, nós não temos que ver isso como uma coisa tão anormal, porque a bolsa um dia cresce, pode crescer uma semana, um mês, e chega um dia que ela pode cair - disse o presidente, acrescentando: - O que é importante é que nós saibamos que tem uma crise nos Estados Unidos, essa crise está atingindo o sistema financeiro, sobretudo europeu, e nós estamos olhando com muita cautela, porque não queremos que uma crise americana, que não fomos nós que causamos, venha causar problemas ao Brasil. Nós estamos muito tranqüilos e ao mesmo tempo cautelosos. Estamos olhando todo dia com lupa para ver se vai acontecer alguma coisa e vamos trabalhar para que não aconteça nada no Brasil.

Último aumento da gasolina foi em 2005, lembra Lula

A declaração foi feita durante entrevista concedida pelo presidente, ontem, depois de participar de mais um lançamento de projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em Foz do Iguaçu. Perguntado sobre a possibilidade de a Petrobras aumentar os preços dos combustíveis por causa das recentes altas do preço do petróleo nos mercados internacionais, o presidente negou que exista no governo algum estudo nesse sentido.

- Se nós não aumentamos a gasolina quando o barril de petróleo chegou a US$110, agora que ele caiu por que nós haveríamos de aumentar? Não há nenhuma necessidade de aumentar o combustível no país. A última vez que aumentamos foi em 2005, quando barril de petróleo estava a US$65. Não vamos aumentar, essa discussão não existe no governo - afirmou.