Título: Dados de Hillary e McCain foram vasculhados
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Fonte: O Globo, 22/03/2008, O Mundo, p. 28

Condoleezza pede desculpas a Obama e aos demais pré-candidatos por escândalo dos arquivos dos passaportes

WASHINGTON. A pré-candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton e o provável candidato republicano, John McCain, também foram vítimas do acesso não autorizado a documentos vinculados a seus passaportes. O anúncio, feito pelo porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, ocorreu horas depois de vir à tona a notícia de que dois funcionários do departamento foram demitidos por terem acessado o histórico do passaporte do pré-candidato democrata Barack Obama.

Ontem pela manhã, o comitê de Hillary afirmou que já havia recebido uma notificação do acesso aos arquivos em 2007. Os documentos de Hillary foram violados por um trainee contratado durante um período de atraso na emissão dos passaportes, segundo o Departamento de Estado. Já o acesso aos arquivos de McCain foi realizado no início deste ano, por uma das pessoas que também violaram os arquivos de Obama.

Os arquivos contêm imagens digitalizadas de pedidos de passaporte, com data de nascimento, informações biográficas, inclusive sobre cidadania, e datas de renovações de passaporte, além do número de Previdência Social.

Obama diz que incidente mostra como funciona governo

O incidente causou constrangimento no gabinete do presidente George W. Bush e remete ao controverso caso de 1992, quando funcionários do governo acessaram os arquivos vinculados ao passaporte do então candidato democrata à Casa Branca, Bill Clinton.

A secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse que conversou com Obama sobre o acesso irregular a seus arquivos para pedir desculpas, e também lamentou a violação dos arquivos de outros pré-candidatos:

¿ Eu disse a ele (Obama) que sinto muito e que eu estaria bem perturbada se alguém tivesse consultado os arquivos do meu passaporte. Estarei à frente das investigações e chegarei ao fundo do caso.

O Congresso anunciou ontem que vai fazer sua própria investigação sobre o caso, medida defendida por Obama. Para o senador, a violação de privacidade é uma indicação de como funciona o governo Bush.