Título: Casos sem desfecho
Autor: Mariz, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 02/05/2009, Brasil, p. 10

O documento elaborado pelos movimentos sociais do Rio de Janeiro traz casos de execuções com envolvimento da polícia. Veja alguns:

Caso Via Show Na noite de 5 de dezembro de 2003, Geraldo Sant¿Anna de Azevedo Junior, 21 anos; Bruno Muniz Paulino, 20; Rafael Paulino, 18, e Renan Medina Paulino, 13, foram vistos pela última vez na casa noturna Via Show, localizada na Baixada Fluminense. Os corpos dos rapazes foram encontrados em 9 de dezembro, com marcas de tortura e tiros de fuzil na cabeça. As investigações chegaram a oito policiais militares que faziam bico na casa de shows. Quatro aguardam o julgamento em liberdade e quatro já foram condenados. Dois deles, entretanto, sentenciados a 68 anos de detenção, conseguiram liberação para aguardar o resultado de um recurso em liberdade. O relator do processo, que decidiu pela libertação dos condenados, alegou que eles estavam passando por constrangimento na prisão.

Caso Providência Em 14 de junho de 2008, três jovens, David Wilson Florêncio da Silva, 24 anos; Wellington Gonzaga da Costa Ferreira, 19, e Marcos Paulo Rodrigues Campos, 17, moradores da Favela da Providência, no centro do Rio de Janeiro, foram assassinados, após terem sido presos e entregues por 11 militares do Exército a traficantes do Morro da Mineira, vizinho e rival da favela onde moravam os garotos. Os 11 militares, sendo um tenente e os demais seus comandados, foram presos temporariamente, acusados por triplo homicídio qualificado. Hoje, três estão detidos. Os outros cinco aguardam o julgamento do processo em liberdade.

Caso Oldemar Pablo Escola de Faria Em 6 de setembro de 2008, ocorreu uma briga na casa de shows Aldeia Velha, em São Gonçalo, cuja proprietária é Alexandra Durão de Barros Pereira, mulher do tenente da PM Carlos Henrique Figueiredo Pereira, que atua como segurança no local. No meio do tumulto, o tenente atirou na cabeça de Oldemar Pablo Escola de Faria, 17 anos, segundo as investigações. Carlos Henrique chegou a ser recolhido no Batalhão de Benfica, mas aguarda em liberdade o julgamento. A família reclama de estranhezas durante o processo, tais como o sumiço dos projéteis retirados do corpo de Oldemar no hospital, bem como uma tomografia realizada quando ele ainda estava em coma.